SOCIEDADE DE AMIGOS: ENTRE O PERDÃO E O NOVO PASSO, A POESIA DE PAULO CECÍLIO

  MENOS QUE DEVIA(sem perdão)

               

       PAULO CECÍLIO

 


NÃO QUERO PEDIR PERDAO 
PARA MINHAS PROPRIAS FERIDAS 
QUE ME SANGRAM POR DENTRO

NAO QUERO PEDIR PERDAO
À TERRA QUE ME ADOTOU
E ME ALEITOU DE SUAS PEDRAS
NAS VENTANIAS DA VIDA
NO ABANDONO DAS HORAS FRIAS

QUERO APENAS AMÁ-LA COM TODAS MINHAS ALMAS

QUERO SER PASSARINHO
PORQUE FUI FALCÃO OUSADO
SEM FÔLEGO BUSCANDO UM CAIS
QUE NUNCA HOUVE

NAO PEDIREI PERDAO
POR TER ANDADO ERRANTE
POIS QUE O CAMINHO SOU EU
E MEUS PASSOS O DETERMINAM

QUERO VER UM FILME UM SÓ
COMENDO PIPOCA DOCE
COMO CRIANÇA QUE NUNCA FUI

QUERO DIRIGIR O FILME COM QUE SONHO
ASSIM UMA PINTURA DE GOGH
BOTAR NELE UM POEMA DE MONTENEGRO
E TRILHA SONORA DE BUARQUE

CAVALEIRO SEM TERRA
FILHO SEM PATRIA
O QUE CHAMAS DE FICCÇÕES
SÃO MEUS SONHOS
ELES SÃO MINHA ESPERANÇA E TEU PESADELO
E DELES NAO ME DESFAÇO
AINDA QUE LEVES MINHA CARNE

PERMANECERÁ MINH'ALMA EM MEUS SONHOS

ESTILHAÇO TEU CÉU ARROGANTE
COM AS PEDRAS QUE CARREGUEI
ATÉ ROMPER MEUS OLHOS :

FIZ DE MEUS OLHOS CAMERAS
QUE TE TE TIRAM O SONO
E MOSTRAM AS SAIDAS QUE DESCONHECES
POIS QUE NAO VOAS: A MORTE É VOCE

NAO TE DAREI DE PRESENTE
A MINHA TRISTEZA MEU DESTINO
MINHA MORTE MORREREI EU
COM O AMOR DO CORAÇÃO QUE TE NEGUEI