SONHOS
MORREM !!!
Paulo Cecílio
como um
documento amarelo que guardo:
uma carta
que escrevi
no tempo
que tinha dedos
quando
ainda existiam poemas
e o sol
se punha sob cavernas perdidas
nas
entranhas dos amores com teu cheiro
de peixe
sem aquario ofegante angustiado
morre um
sonho
e isto eu
nunca vira:
os sonhos
tambem morrem
mas
morrem nascendo
como a
crizálida que explode
em dor e
levita em asas novas
morre o
dia sem
sem rojões
sem medéias
sem
mulheres medusas
sem que o
do vento sul
encha de
caroços minha pele
cobras
esvoaçantes na cabeça
nos
corais sentado
com menos
que um sorriso
me
desfaço
diante do
perfeito compasso
do
arquiteto na curva do céu
permanece
lá meu motor de pano
impávido
com suas velas remendadas
de sonos
sem dormir de sonhos sem sonhar
nas
estrelas de ontem
parecia
intransponivel
o
mar cheio de magias em
sonhos de
ulisses ilhas desertas
a carne
do marlin masco
e ofereço
a gaivota que calada
espera o
momento incerto da partida
quis
partir um dia remando
de
qualquer modo escondido
sob o
lenço que ao chao lançaste
pra que
eu menino me curvasse
e olhasse
pra ti dos pés ao alto
ate
morrer em teus cabelos cinzas de vulcão
no
assovio do teus ventos
moram
lendas sussurradas
gravadas
aos pes de fogos solitários
como um
documento amarelo que guardo:
uma carta
que escrevi
no tempo
que tinha dedos
quando
ainda existiam poemas
e o sol
se punha sob cavernas perdidas
nas
entranhas dos amores com seu cheiro
de peixe
sem aquario ofegante angustiado
entao
acordei assim
sem cores
nos olhos
ou musica
nos ouvidos ou vento na pele
apenas o
aroma de meus albatrozes cinzas
meus
olhos secos sem lagrimas
encheram
esta bacia tao grande
pra que
tu pudesses de mim partir
nao quero
partir mais nada
apenas
descansar
num
tempo
sem
sonhos
sem
despedidas
com meus
peixinhos descalços:
o mar
tornou-se pequeno!
2 comentários:
O Paulo é um grande poeta, mas aqui está errado, sonhos nunca morrem :) eles só acordam... nunca morrem... Abraço vocês dois, meus amigos amados, com toda a minha ternura.
Sim, Concha: adormecem, ficam à espera de quem lhes possa dar vida numa calavagadade luta e voo poético. abs, jorge
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