quarta-feira, 6 de abril de 2011

SEXO E AMOR: OS ENIGMAS DA PAIXÃO NO LABIRINTO DA SOLIDÃO...

                                                            Jorge Bichuetti

Se começasse este texto, dizendo que falar de sexo, amor e paixão é mergulhar num tema provocante, vitalizante e encantador; porém, como já escrevemos outras vezes, corremos o risco de repetir... Talvez, esta constatação nos levasse para a abordagem de um outro tema; todavia, ela em si já traz algo de intrigante: a grande dor no sexo, no amor e na paixão é que os vivenciamos sempre, repetindo... E se repetimos caímos na mesmice, nas mesmas angústias e dores, no mesmo vazio e na mesma solidão...
Sexo, amor e paixão - é encontro, relação, vínculo... Nele, oculta-se pactos e contratos, lendas e paradigmas existenciais...
Amor é alegria, cumplicidade, ternura, partilha, doação, transparência; solidariedade;serenidade; suavidade; encargo; responsabilização; conviviabilidade; compaixão; compreensão; encantamento; liberdade; criação e criatividade; amizade e utopia...
Sexo é movimento; alegria e prazer; troca; conjunção e percussão... è pele e sonhos; magia e voo; pouso e re-pouso; re-vitalização; energia multiplicada, intensifica e potencializada... Não exaustão; nem é exclusão... Não funciona criativamente, produtivo e amoroso, se é mais-valia; desvalia e acumulação... Natureza que se reinventa; reinvenção que se naturaliza na corporeidade da alegria experienciada numa mútua transmutação...
A paixão é o sexo e o amor na fronteira, no limite... Chama; fogueira; vulcão... Maximização, intensificação, aceleração... Desterritorialização intempestiva...  Sexo e amor num grau superlativo da vida na dinâmica da explosão-implosão... Um espaço de caos no universo da subjetividade...
Não é, assim, cabível diabolizá-los; ou mitificá-los... São caminhos; são paisagens; são clarões e florêscencias...
A dor, a escuridão, o abismo nascem da captura que efetuamos extraindo deles as potências de salto, criatividade, inovação e os re-codificamos e os vivenciamos no ruído, na distorção e na diluição que operamos para a manutenção da identidade, da possessividade, da competição e triangulação, e do nosso próprio individualismo narcisista...
Eles são insurgentes... O medo doo novo e do devir leva a nós e o mundo, nós num processo de subordinação e relação passiva-reativa-servil com o mundo, a neutralizar as forças libertárias e vivê-los como repetições do nosso jeito de ser e existir que nos mantém na normalidade medíocre...
Os condicionamos a maus encontros; relações de dominação , subordinação, simbiose e co-dependência; vínculos estereotipados e cristalizados... Papeis e roteiro, pauta de conduta previamente dada pela nossa evitação do outro e do novo...
Não fazemos a rebelião; não fazemos a revolução...
Mergulhamos no sexo, no amor e na paixão, reafirmando nossa solidão narcísica e onipotente...
Se o outro entra no nosso mundo, está dado a ruptura, o salto... Uma nova subjetivação...
Contudo, por mecanismos de identificação e projeção, amamos, vivemos o sexo e nos apaixonamos por nós mesmos... Não saltamos o labirinto da solidão; penetramos nela, apagando as luzes das estrelas e do luar e a própria luz que brilha no coração de quem verdadeiramente ama....
Amor é libertação, não servidão...
Sexo é expansão; não regressão e restrição...
Paixão é chama, vida... Não é morte na escuridão...
Não fugiremos dos labirintos da solidão no império do eu... O amor, o sexo e a paixão nos libertaria , se o encontro com o outro nos revolucionasse e nos levasse a incluir na nossa vida e no mundo... o outro... Ai,  o outro nos daria o nós e o entre que funcionam , pela vida, como asas... Aí, voaríamos e nos sobreporíamos ao labirinto, ao abismo, ao terror da solidão...


DIA 9 DE ABRIL DE 2011 - SÁBADO, ÀS 13HS: ATIVIDADES ABERTAS DA UNIVERSIDADE POPULAR JUVENAL ARDUINI...
RUA CAPITÃO DOMINGOS, 1079. bAIRRO ABADIA, UBERABA, MG
VENHA... PARTICIPE...DIVULGUE...
POR UMA NOVA TERRA, POR UM POVO POR-VIR...
SEMEEMOS COM NOSSOS SONHOS O CLARÃO DA AURORA...

7 comentários:

Anne M. Moor disse...

Bom dia de novo Jorge :-)

Ai ai ai...
"Aí, voaríamos e nos sobreporíamos ao labirinto, ao abismo, ao terror da solidão..."

Êta texto bem provocador rsrsrsrs Adorei.

bjos
Anne

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Anne, estava num dilema... Na clínica, no movimento social, pediam que escrevesse outro, mais sobre amor e suas doores... Não queria repetir edípico, fálico, amor de falta... Reflet e montei vários patamares, linhase fluxos... um deles estou ansioso pra chegar domingo, pois exigirá tempo, será ver o que sobre isso os poetas no seupoetar... É provocante... O salto... A vida que se constrói sobre , saltando.... abraços com carinho e ternura, Jorge

Tânia Marques disse...

Posso afirmar que este texto constitui-se em um verdadeiro ensaio sobre o amor. Quanta inspiração, que visão de mundo maravilhosa vc tem! Eu te entendo perfeitamente, nós que aprendemos a viver em uma solidão-potência de vida interior revolucionária- sendo nós mesmos nossos próprios e verdadeiros amantes, queremos amar ao outro, mas não de forma tão particular, não podemos nos sentir presos, submissos, enjaulados, vigiados, pois o amor para nós só sobrevive enquanto a nossa liberdade de ir e vir e de fazer o que desejarmos não se sente ameaçada. O difícil é as mulheres e os homens enxergarem o amor desse jeito. Beijossss

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Tãnia, só discordo de ti na questão da autoria... Se tiveres uma visão dos textos sobre amor, sexoe paixão vverás um turbilhão... Este me encanta; assino... porém, o tenho como fruto dos entres das nossas conversações... Seu comentário para mim é um parágrafo deste texto e destas nossas vidas em construção...
abraços com ternura, Jorge

Anne M. Moor disse...

Com a licença do Jorge, Tania quero comentar teu comentário brilhante. Dito com maestria. Esse tipo de amar é a aprendizagem de uma vida, mas antes é reconhecer em nós aquilo que não gostamos... nénão?

beijos
Anne

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

ANNE, ENTRANDO NO BATE-PAPO, PENSO QUE SE RECONHECEMOS O QUE NÃO GOSTAMOS, RENOVAMOS NOSSA RELAÇÃO COM A VIDA... AÍ A PESSOA PODE SER ALGUÉM QUE NÃO DÁ, SEM IDEALIZAÇÃO OU PODE ATÉ ACEITAR NOSSO NÃO-QUERER E SE REFAZER... VÍNCULO, NÃO?... ABRAÇOS COM DESEJO DE MESINHA DE BAR, JORGE

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

ANNE, ENTRANDO NO BATE-PAPO, PENSO QUE SE RECONHECEMOS O QUE NÃO GOSTAMOS, RENOVAMOS NOSSA RELAÇÃO COM A VIDA... AÍ A PESSOA PODE SER ALGUÉM QUE NÃO DÁ, SEM IDEALIZAÇÃO OU PODE ATÉ ACEITAR NOSSO NÃO-QUERER E SE REFAZER... VÍNCULO, NÃO?... ABRAÇOS COM DESEJO DE MESINHA DE BAR, JORGE