Se começasse este texto, dizendo que falar de sexo, amor e paixão é mergulhar num tema provocante, vitalizante e encantador; porém, como já escrevemos outras vezes, corremos o risco de repetir... Talvez, esta constatação nos levasse para a abordagem de um outro tema; todavia, ela em si já traz algo de intrigante: a grande dor no sexo, no amor e na paixão é que os vivenciamos sempre, repetindo... E se repetimos caímos na mesmice, nas mesmas angústias e dores, no mesmo vazio e na mesma solidão...
Sexo, amor e paixão - é encontro, relação, vínculo... Nele, oculta-se pactos e contratos, lendas e paradigmas existenciais...
Amor é alegria, cumplicidade, ternura, partilha, doação, transparência; solidariedade;serenidade; suavidade; encargo; responsabilização; conviviabilidade; compaixão; compreensão; encantamento; liberdade; criação e criatividade; amizade e utopia...
Sexo é movimento; alegria e prazer; troca; conjunção e percussão... è pele e sonhos; magia e voo; pouso e re-pouso; re-vitalização; energia multiplicada, intensifica e potencializada... Não exaustão; nem é exclusão... Não funciona criativamente, produtivo e amoroso, se é mais-valia; desvalia e acumulação... Natureza que se reinventa; reinvenção que se naturaliza na corporeidade da alegria experienciada numa mútua transmutação...
A paixão é o sexo e o amor na fronteira, no limite... Chama; fogueira; vulcão... Maximização, intensificação, aceleração... Desterritorialização intempestiva... Sexo e amor num grau superlativo da vida na dinâmica da explosão-implosão... Um espaço de caos no universo da subjetividade...
Não é, assim, cabível diabolizá-los; ou mitificá-los... São caminhos; são paisagens; são clarões e florêscencias...
A dor, a escuridão, o abismo nascem da captura que efetuamos extraindo deles as potências de salto, criatividade, inovação e os re-codificamos e os vivenciamos no ruído, na distorção e na diluição que operamos para a manutenção da identidade, da possessividade, da competição e triangulação, e do nosso próprio individualismo narcisista...
Eles são insurgentes... O medo doo novo e do devir leva a nós e o mundo, nós num processo de subordinação e relação passiva-reativa-servil com o mundo, a neutralizar as forças libertárias e vivê-los como repetições do nosso jeito de ser e existir que nos mantém na normalidade medíocre...
Os condicionamos a maus encontros; relações de dominação , subordinação, simbiose e co-dependência; vínculos estereotipados e cristalizados... Papeis e roteiro, pauta de conduta previamente dada pela nossa evitação do outro e do novo...
Não fazemos a rebelião; não fazemos a revolução...
Mergulhamos no sexo, no amor e na paixão, reafirmando nossa solidão narcísica e onipotente...
Se o outro entra no nosso mundo, está dado a ruptura, o salto... Uma nova subjetivação...
Contudo, por mecanismos de identificação e projeção, amamos, vivemos o sexo e nos apaixonamos por nós mesmos... Não saltamos o labirinto da solidão; penetramos nela, apagando as luzes das estrelas e do luar e a própria luz que brilha no coração de quem verdadeiramente ama....
Amor é libertação, não servidão...
Sexo é expansão; não regressão e restrição...
Paixão é chama, vida... Não é morte na escuridão...
Não fugiremos dos labirintos da solidão no império do eu... O amor, o sexo e a paixão nos libertaria , se o encontro com o outro nos revolucionasse e nos levasse a incluir na nossa vida e no mundo... o outro... Ai, o outro nos daria o nós e o entre que funcionam , pela vida, como asas... Aí, voaríamos e nos sobreporíamos ao labirinto, ao abismo, ao terror da solidão...
DIA 9 DE ABRIL DE 2011 - SÁBADO, ÀS 13HS: ATIVIDADES ABERTAS DA UNIVERSIDADE POPULAR JUVENAL ARDUINI...
RUA CAPITÃO DOMINGOS, 1079. bAIRRO ABADIA, UBERABA, MG
VENHA... PARTICIPE...DIVULGUE...
POR UMA NOVA TERRA, POR UM POVO POR-VIR...
SEMEEMOS COM NOSSOS SONHOS O CLARÃO DA AURORA...
7 comentários:
Bom dia de novo Jorge :-)
Ai ai ai...
"Aí, voaríamos e nos sobreporíamos ao labirinto, ao abismo, ao terror da solidão..."
Êta texto bem provocador rsrsrsrs Adorei.
bjos
Anne
Anne, estava num dilema... Na clínica, no movimento social, pediam que escrevesse outro, mais sobre amor e suas doores... Não queria repetir edípico, fálico, amor de falta... Reflet e montei vários patamares, linhase fluxos... um deles estou ansioso pra chegar domingo, pois exigirá tempo, será ver o que sobre isso os poetas no seupoetar... É provocante... O salto... A vida que se constrói sobre , saltando.... abraços com carinho e ternura, Jorge
Posso afirmar que este texto constitui-se em um verdadeiro ensaio sobre o amor. Quanta inspiração, que visão de mundo maravilhosa vc tem! Eu te entendo perfeitamente, nós que aprendemos a viver em uma solidão-potência de vida interior revolucionária- sendo nós mesmos nossos próprios e verdadeiros amantes, queremos amar ao outro, mas não de forma tão particular, não podemos nos sentir presos, submissos, enjaulados, vigiados, pois o amor para nós só sobrevive enquanto a nossa liberdade de ir e vir e de fazer o que desejarmos não se sente ameaçada. O difícil é as mulheres e os homens enxergarem o amor desse jeito. Beijossss
Tãnia, só discordo de ti na questão da autoria... Se tiveres uma visão dos textos sobre amor, sexoe paixão vverás um turbilhão... Este me encanta; assino... porém, o tenho como fruto dos entres das nossas conversações... Seu comentário para mim é um parágrafo deste texto e destas nossas vidas em construção...
abraços com ternura, Jorge
Com a licença do Jorge, Tania quero comentar teu comentário brilhante. Dito com maestria. Esse tipo de amar é a aprendizagem de uma vida, mas antes é reconhecer em nós aquilo que não gostamos... nénão?
beijos
Anne
ANNE, ENTRANDO NO BATE-PAPO, PENSO QUE SE RECONHECEMOS O QUE NÃO GOSTAMOS, RENOVAMOS NOSSA RELAÇÃO COM A VIDA... AÍ A PESSOA PODE SER ALGUÉM QUE NÃO DÁ, SEM IDEALIZAÇÃO OU PODE ATÉ ACEITAR NOSSO NÃO-QUERER E SE REFAZER... VÍNCULO, NÃO?... ABRAÇOS COM DESEJO DE MESINHA DE BAR, JORGE
ANNE, ENTRANDO NO BATE-PAPO, PENSO QUE SE RECONHECEMOS O QUE NÃO GOSTAMOS, RENOVAMOS NOSSA RELAÇÃO COM A VIDA... AÍ A PESSOA PODE SER ALGUÉM QUE NÃO DÁ, SEM IDEALIZAÇÃO OU PODE ATÉ ACEITAR NOSSO NÃO-QUERER E SE REFAZER... VÍNCULO, NÃO?... ABRAÇOS COM DESEJO DE MESINHA DE BAR, JORGE
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