quinta-feira, 7 de abril de 2011

SOCIEDADE DE AMIGOS: A POESIA ENTRE A LIBERDADE E O SONHO...

                           EU NÃO SEI NADA DO AMOR
                                                       Thiago Luís

Das tantas imensidades
que iluminam o céu por toda parte
e inauguram metamorfoses,
eu caminho vagaroso.
Tonto, quase.
Entre uma que arde
e outra que foge.
Eu não sei quase nada do amor
e, no entanto,
teimo por cantá-lo,
rabiscá-lo em algum lugar do interior,
e difundi-lo parte a parte.
Eu não sei nada do amor,
mas também não sei nada da flor,
não sei nada do mar,
não sei nadica de nada de mim.
E, no entanto, vivo.
Vivo como passarim,
beija-flor que sou, e, vez em quando viro o mar.
Sonso sou de tanto amar.
E desamo.
Esse desânimo que me anima:
o oco oculto de mim mesmo.
Que é o amor senão o oco oculto
não mais ocultado,
escondido,
dilacerado,
evadido, antes de iluminado?
Quadro límpido de água e ocre.
Eu mesmo ao derredor.
Eu mesmo amando.
Indo.
Pairando
sobre tantas as imensidades.
Cantando um amor que nem sei,
arfando uma dor que já sarei.
Eu não sei nada do amor
mas é preciso sabê-lo, para amar?


                    QUESTIONAMENTOS POÉTICOS
                                                            Thiago Luís

Por que não posso
escrever sonetos
em versos livres?
Por quê?
Se as estrelas não se calam?

Minhas lágrimas
e cicatrizes
ancestrais de sua prosa
- que ´inda ardem em meu corpo
são minha carta de alforria.

Vão de retro...


                                SARTREANDO
                                                THIAGO LUIS

a sabotagem
do homem
ao
homem
é pensar ter
um
eu e ser
s-eu


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