segunda-feira, 11 de abril de 2011

SOCIEDADE DE AMIGOS: A POTÊNCIA DA VIDA NO CANTO DAS PALAVRAS E NO ENCANTO DO SILÊNCIO...

                                        ORAÇÃO DAS LETRAS.
                                                                   Paulo Cecílio
         
Silêncio, desaparecem  caracteres,palavras, orações, e orações...
Jurei que suportaria todos os erros, todos os açoites, mas jamais abandonaria minha indignação:  indignado, a dor dói. E em mim, a dor é a luz que mostra o espinho .  
Agora o torpor. Onde estão as carnes que me restam? Como partiu meu grito?
Habito um lugar feito em plumas das paineiras que plantam tapetes de nuvens no chão de dezembro. Não sinto meus pés. Não estou indignado. Não grito, quero urrar conjunções de letras, mas elas saem mansas, perderam o gume, já não cortam, já não ferem, já não importam.
Terei, sem perceber, entrado no tempo delicado? Naquele tempo em que  me permitiria  sentar ao canto do caminho, enxugar o cenho, roçar a pele nas pétalas, aspirar perfume, tirar as botas apertadas, chorar a vontade, sentir a sombra, molhar os lábios, encantar-me, apenas encantar-me???
E se eu experimentasse rir?  Dividir a água da fonte, refrescar feridas. Brincar de fazer estradinha com os carrinhos que partiram no coração dos filhos? Que partiram no meu sorriso?No afago perdido?
O tempo. Foi-se. As construções que pude erguer em pleno árido, já levavam de mim a marca do abandono, da maldição. Assim, construir e afastar de mim, sempre foi uma obra só, para que permaneçam.  Tempo curto . Tempo estranho. Tempo duro.
Então como pude perder as palavras, se com elas escalei montanhas, derreti cachoeiras de gelo, construi  arco-íris, fiz revoluções, encantei serpentes, reparei danos , dedos virtuais, abracei irmãos, ressuscitei  amores, levantei  lázaro, habitei a irmã que partiu, inventei possibilidades?
Faço agora a oração das letras. Que não me abandonem enquanto houver deserto. Mas se também as letras me deixam, então imploro que fiquem mais um pouco apenas quatro delas pra que eu  junte e escreva: SONHOS...













  

dia 22 de abril: dia da Terra... iyi porá.. arte, luta e sonhos no TEU ( Teatro Experimental de Uberaba )
 um dia de diálogos, oficinas, discussões, apresentações artísticas pela vida, pela Terra...
 participemos...
 pelas matas, pela fauna e pela flora...  Cantemos nosso amor à Terra... Terra- vida e vida de com-paixão

                    a vida acontece em partos de dor...

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