Jorge Bichuetti
As estrelas no céu revelam sua condição: são boémias e juvenis. Não querem partir, querem um pouco mais... Alguns raios tímidos do sol começam a colorir o infinito. Embriagado com o perfume da minha roseira, entendi porque tantos querem os álamos no chão; eles erguem e altos tocam o céu... A inveja ainda corrói muita gente. A Lua adormeceu, novamente. O trabalho madrugadeiro não lhe agrada, tão pouco, a chateia, aprendeu a se esquivar...
Muitos vivem e não o percebem, porém, se arrastam, repetindo a mesmice, mesmo quando já é notável a sua total incapacidade de gerar vida e alegria.
Muitos antecipam o amanhã, buscando preocupações antecipadas e se esgotam...
Outros temem o dia seguinte...
O amanhã e o dia seguinte dependem da intensidade com que vivemos o dia presente.
"A cada dia basta suas preocupações" Cristo... Ou ainda Rubem Alves, que diz: " A vida não pode ser economizada para o amanhã. Acontece sempre no presente."
Nem mesmo sabemos o que estaremos vivendo e valorizando no amanhã.
Portanto, solucionemos os problemas do hoje, mergulhemos no agora e o vivamos com intensidade e alegria.
A presença do futuro deve ser a materialização no hoje da utopia e sonhos; e não um escape para um dia que ainda não chegou...
No dia-a-dia , sofremos muito... Pois, enxergamos a vida e o caminho como continuidade... Permanência, segurança... A vida é andarilha, inovadora e metamorfoseante...
" Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses." ( Rubem Alves)
Afirma o professor Orlandi: "somos todos metamorfoseantes."
Podemos brilhar, sonhar, pulsar, cheios de esperança no futuro, contudo a ele não chegaremos longe dos investimentos necessários no presente.
E como o porvir é também devir, dele nos afastaremos se recusamos o trabalho laborioso da vida no qual experienciamos constantes mutações. Mudamos, singularizamo-nos e multiplicitamo-nos. Renascemos, fénix, vida nova: novos caminhos, novos desejos, novos sonhos...
Nossa vida corre no singelo caminho dos riachos que errantes buscam o mar...
Caminhamos, transformando-nos... Aprendemos, experimentamos, descobrimos..
Os álamos cresceram e agora tocam o céu porque ousaram no desejo de beijar, intimamente, os raios do sol...
A roseira se fez coberta de cachos porque ousou no desejo de perfumar todo o quintal...
Assim, se dá nossa vida...
Urge avistar o amanhã sem fugir do presente; como necessário é mergulhar no presente sem perder a ousadia desejar e sonhar o futuro.
Eis a nossa corda-bamba; nosso ofício de trapezistas da existência...
Metamorfoseantes, sejamos o novo... Vivendo com intensidade o presente, busquemos construir um novo futuro. Um salto..
Beijemos as irradiações do infinito.
Ousemos ir além...
A vida corre e o mar espera...
Sigamos adiante... vivendo as transformações e realizando mudanças, para que a nossa aurora seja p amanhecer da justiça e da liberdade, da alegria e da paz.
Ousemos nos dar por inteiro ao bem comum...
Amanhã, então, num novo tempo viveremos a plenitude do amor e caminharemos com a suavidade da ternura. Seremos felizes...
domingo, 8 de maio de 2011
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16 comentários:
Amém Jorge!
E seremos felizes se quisermos e deixarmos...
Um feliz dia procê hoje!
beijos
Anne
Jorge, ser feliz é uma decisão, assim sendo nada poderá nos deter!
Pois então sejamos felizes hoje e sempre!
Abraços...com carinho e a ternura de um dia feliz!
Jorge, o teu texto concorda tanto contigo que ele consegue fazer o que anuncias, esta que voou aqui saiu sendo tão outra, tao outra... a cada texto teu um passo mais no desconhecido da própria alma, adoro te ler, mágoa de minha lentidão... abraços de ternos de carinho sempre, Concha
Anne, querida amiga, iremos e teceremos as asas da felicidade para que a nossa se dê no borboletear; Abraços com carinho, Jorge
Mila, vamos conquistar a capacidade ser... felizes na suavidade de uma vida alegre.Abraços um bom dia, cheio de paz. Jorge
Concha, uum a alegria grande tê-la por perto. A vida se desdobra e se mostra cada vez mais território das nossos alegrias. Sejamos felizes. Abraços com carinho, Jorge
Jorge, aqui estou a assistir na Tv Câmara um documentário sobre a ditadura Argentina, os sofrimentos impostos física e economicamente com o modelo neoliberal. E me deparo com seu texto, passei a pensar se nos falta algo para sermos felizes, fui à periferia hoje visitar uma família, uma mãe com 6 crianças pequenas e muitas dificuldades, mas não economizam no sorriso e no afeto. Encontrei esta poesia de Drummond e a coloco aqui para compartilhar com todos os amigos e amigas que fiz sem conhece-los pessoalmente.
Grande abraço
"Ausência (Carlos Drummond de Andrade)
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."
Cauí, a dor latinoamercana corta a alama e a dignidade de um pvo. Necessitamos sentar, conversar, manter viva esta história; pois, o olvido é as janelas abertas para um terrível retorno.
Abraços com carinho; ficarei na companhia de Drummond.
Abraços jorge
Jorge, meu-amor-querido-amigo, mais tarde lerei e comentarei seus posts e prometo responder as maravilhosas questões da entrevistas. Beijos milhões em ti.
Tânia, serena, fiquei sempre maravilhado com seus blogs.
Abraços com o carinho e a ternura, sem fim.Jorge
Mudei de endereço noutro blog e ele está de cara nova. Só que terás de segui-lo também. Beijos
http://estudosculturaisemeducação.blogspot.com (não tem www).
Tânia, tentei agora de madrugada, não consegui; voltarei. Abraços com carinho, Jorge
Estamos juntos nos metamorfoseando para um devir-passarinho, para um devir-liberdade, e essa liberdade não deverá ser limitada pelo sistema, já que assim não seria liberdade, nem democracia, a democracia é uma ilusão, pois é dicotômica, faz com que tenhamos imposições a cumprir apenas para favorecer um lado da história. Bj.
Tânia, pensas como o Negri: de fato, necessitamos devir passarinho e voar para as paragens da liberdade que seja ternurae justiça, não imposição.
Beijos com carinho, Jorge
Hoje escrevei aquela tréplica poética prometida sobre o voar...Bj.
Tânia, irei ver com a alegria da partilha na caminhada.
Abraços com ternura, Jorge
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