- " O poder da s instituições basia-se no hábitoe na falta de resistência... A única coisa sobre a qual repousa o Estado é a falta fde resistência, a passividade. " p. 140
-- " Uma multidão é uma infinidade de singularidades. É por não ser em mim mesmo uma multidão que eu aspiro a construí-la com os outros. Ou então é o contrário: é porque eu sou a multidão em mim mesmo que quero encontrar fora de mim o comum da multidão." p. 142
- " ... normalmente, nomear significa identificar. E a identificação é a primeira etapa da neutralização dessa força de invenção coletiva e sem nome que é a multidão.
Acredito que a nova dupla é a força invenção/neutralização.
É preciso trabalhar nisso e ter a capacidade de nomear a novidade sem neutralizá-la. Voltamos mais uma vez ao problema de kairós." p. 145
- " É absolutamente necessário pular no real, atirar-se nele, mexer-se lá dentro, pois é a única maneira de mudar o mundo. A vida é apenas isto: mudar o mundo, transformá-lo, inventá-lo. Revolucioná-lo." p. 220
- " Recomeçar ... não é descansar no passado. É redescobrir a origem. Nós somos comunistas desde a origem; mas a origem é o ato presente. O comunismo é o futuro. Tenho uma vida normal." p 221
TONI NEGRI, In: A volta.
6 comentários:
Maria Concepción, achei fantástico sua ideia; uma vez que as palavras usadas por Negri não me caia bem, porém a ideia sim.
Uma alegria tê-la aqui.
Um lindo dia; Abraços com ternura, Jorge
Jorge, amigo, desculpe lá o atrapalhamento por ter estado eu nunca conta que não era a minha habitual, e sim uma que tenho pra domesticar... hahah ou ela a mim... olha eu desejaria enviar de novo o cometário mas perdi-o... me perco no meu próprio caos (mas dele renasço), mas permite-me que te diga que eu sou uma defensora das teorias da Narrativa, é o enfoque terapêutico que uso, quase nao consigo acreditar noutro, também tenho que reconhecer, demasiado ateia para modelos, mas nas teorias narrativas acredito cegamente, até porque é nas palavras que nos mantemos, que nos perpetuamos. E sim Negri tem razão quando diz que a nomear, identificar é a primeira etapa para neutralizar, mas não neutraliza o que nasce, re-narra o antigo, e rompe o discurso dominante e totalitário, abrindo novas vias com a nova palavra... para a mesma realidade que não estava sendo bem narrada. O primeiro passo: encontrar a palavra ajeitada. Em vez de multidão se dizemos coletivo já é outra cousa... a palavra nova neutraliza os efeitos (deveria) negativos e opressores da palavra anterior, e ajuda a realidade a se libertar, a ser mais o que ela é... Bom, espero que isto chegue bem agora, de novo desculpa lá, hoje a minha cabeça não está no seu sítio, um abraço de carinho, Concha Rousia
Concha, querida, tua preo cupación coincide com o que penso e me parece que próprio Negri acerca-se desta preocupação: nomear castrando a potência insurgente não pode ser um fechamento a magia da narrativa libertária nem a potência insurgente do discurso poético.Este nosso diálogo me parece necessário até para que comecemos a entender o que é sobrecodificaçãoe o que é a magia literária que percute a vida e abre-se para os acontecimentos.
Abraços com carinho. Jorge
Tal e como eu o vejo, e julgo que Foucault estaria de acordo comigo...os velhos rótulos normalmente constringem, eles trazem à cabeça a ideia dominante sobre a 'cousa/coisa' e deixam fora toda nova possibilidade de ver novos dados (mesmo que sejam acontecimentos eais, e mesmo que sejam únicos) que são os que promovem a mudança... ficando parte da realidade sem narrar, descartada por contradizer o discurso dominante...
Mas, mas quando finalmente essa nova data é visível, e para isso é imprescindível o nome a palavra diferente da anterior, a atribuição de significados fazem possível uma nova narrativa, que não vai derrubar a velha, só vai dizer que ela (a nova) está aí, que não cabe no velha narrativa, que deixa de ser vista como única...
O seguinte passo e a profileração de novas narrativas para analisar os dados, que vão ir abrindo caminho e deixando a cada vez mais longe o velho discurso... Ora, a nova narrativa não substitui a antiga; o feminismo, quando finalmente se fez vissivel, não fez cair os discursos machistas nas sociedades ocidentais, aconteceu que se saiu dele, se colocando fora, e possibilitando que muitas outras narrativas (intermédias entres os dous discursos) surgissem.
E assim podíamos falar de tantas mudanças... primeiro temos os dados ocultos no discurso, (o que cria muito mal-estar) depois nomeamos eles, logo atribuímos significado a esses novos dados... sempre fundamental nestes projetos é ter uma audiência, quando maior e prestigiada, é claro, mais verdadeiro vai parecer o discurso, e mais rapidamente se vai produzir a mudança.
Desculpa se fui maçadora, mas isto é para mim o eixo da minha prática clínica, isto é aplicável a pessoas, a grupos (mesmo de dois) a comunidades, sociedades, países, a ideia de natureza, ao planeta, etc. E agora sim, um grande abraço de carinho, fico grata também por esta boa e construtiva conversa. Concha
Concha, penso intuitivamente assim; minha clínica que se constrói com Deuzes sempre se vê lindando com narrativas. A palavra não é monocromática; ela se circunscreve num caminho que reproduz o mundo e nasce/emerge dando voz a potência libertária que se não nomeada acaba mais vulnerável a uma captura pelas narrativas velhas do instituído.
Abraços com muita ternura; Jorge
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