Jorge Bichuetti
Hiberno, nada sinto. Choro...
Pouco a pouco, m'ias lágrimas
me despertam e vejo
as paisagens dos meus desatinos,
o cinzento horizonte da m'ia solidão...
Entre dores, angústia e medo,
pergunto, deseperado:
onde andam os meus sonhos?...
em que mares navegam os meus barcos?...
O silêncio ressoa reflexivo
e compreendo, num só instante:
A vida é uma intempestiva andarilha
que nunca adormece, vegetativa,
à sombra das árvores
que se aquietam à margem do caminho...
HAIKAIS DO DESTINO
Jorge Bichuetti
na gira do mundo
nada permanece quieto,
a roda ciranda
e o homem dança
perambulando errante,
e o céu, ele, alcança...
TROVA
Jorge Bichuetti
Ah! nas folhas bailarinas
a vida devém poesia
onde verdejam a dança
na ternura que alumia...
SONETILHO TERNO
Jorge Bichuetti
Oh!... flores... anjos cintilantes
de essência vegetal;
são suaves miragens,
devir do amor transversal...
Ah!... passarinhos: irmãos
da carícia essencial,
semeadores da alegria,
além do bem e do mal...
A natureza ensina
lições de doce ternura
onde a vida se encanta
e muda aprópria sina;
assim, o amoe se depura
e a transformação se implanta...
A FORÇA DA MARÉ ( CsO )
Jorge Bichuetti
tergiverso
meus pés
andarilhos
no chão
no céu
nno mar
onde lança
a rede
o corpo
o sonho
num movimento
ondulante
de azul
verde
maresia
multicolorida
do poente
e das estrelas
do luar
que me desmembra
e me tece
só pele
2 comentários:
Jorge, vou só dizer, a tua poesia me ajuda a respirar muito melhor, especialmente essa Força da maré, já sabes sou meio visceral... rs Prazer imento te ler, respirar teus versos, teus humanos versos... Abraços de carinho, Concha
Concha, partilhar uma poesia alegra, feito roda de viola junto a uma fogueira e sob as bênçãos do luar.
Mues a braços, muitos, com imenso carinho, Jorge
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