DEVIR E HISTÓRIA
Jorge Bichuetti
Na suavidade das etéreas borboletas,
as flores se inspiram e se abrem,
acolhendo o vento e o infinito,
com suspiros do amor transcendental...
Na voracidade das destemidas cachoeiras,
as pedras enrijecem e se moldam,
desenhando esculturas primevas,
retratos da vida diluíndo o tempo...
Assim, a natureza consuma os séculos,
da história onde os deuses e os homens
atravessam os caminhos e o destino,
tecendo no segundo os germes da eternidade...
No chão floresce o vai-e-vem da humanidade,
eterno retorno que diferencia a existência;
criando na dança dos sutis acontecimentos
o disruptivo romper de uma nova aurora...
CANTATA DO ADEUS
Jorge Bichuetti
Se me amasse, de verdade,
nunca teria partido,
o adeus é a negação
do fogo vivo da paixão...
Se me amasse, simplesmente,
comigo seguiria a jornada,
o amor é a flor da partilho;
o adeus, o espinho do nada...
Vazio e solitário, machucado,
sofri a loucura do oco deixado
e nas m'ias lágrimas afogado,
risquei da memória a palavra saudade...
NÃO IREI
Jorge Bichuetti
Não irei
seguir-te
a-toa;
aqui, canta
a vida
e os poetas...
Lá, há castelos
de cristais,
porém se são belos,
belos são mas
se quebram
com o eco
dos sonhos
cantados
no sarau...
LUAL
Jorge Bichuetti
Uma viola
e um poeta,
a fogueira
e o luar...
Uma ciranda,
u'a festa:
a vida se põe
a cantar...
Depois, se adormece:
corpos abrasados -
desejos,
abraços -
paixão do luar...
NÔMADES VOOS, CÁLIDOS NICHOS...
Jorge Bichuetti
um passarinho
voa longe e
canta sempre -
aqui e acolá, porém,
só adormece e sonha
no calor do seu cálido e suave ninho...
terça-feira, 17 de maio de 2011
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8 comentários:
Bom dia Jorge!
Cada vez mais desejo: 'meus livros, meus discos, meus amigos, muita poesia... e nada mais!'
Tenha um lindo dia, com muitas flores e passarinhos na janela!
Beijos no coração
Sumaia
Meu querido Jorge, eu depois venho te ler, agora é quase meio-dia vamos recitar poemas, vamos berrar, vamos levar nossas vozes pelas ruas de Compostela, hoje tu também estás em nossa voz, gratos daqui sempre...
Deixo mais um de meus velhos haikai:
Canta a melra*
seu concerto privado
quintal sem gente
Concha Rousia
melra* (para nós esse passarinho é em feminino, sempre é a melra e não o melro, e ela canta tao lindo... é a mesma que sempre vai herdar o quintal e o pessegueiro rs)
Um abraço de Terra e Língua... com carinho e ternura sempre!
Querida Concha, amanhã sai os poetas da Galiza, dividi para tornar mais fecundo... Lindo trabalho, gostaria de aoi estar.
Abraços com carinho... Beijos no coração de todos os poetas da Galiza.
Jorge Bichuetti
Sumaia, como é bom acordar e vê-la do meu lado nos sonhos e utopias , na caminhada por uma nova vida de alegria e paz... Abraços com carinho, e um dia luminoso, jorge
Lindos poemas sobre o amor e o sofrimento...
bjos
Anne
Anne, coisas do amor: sempre inspirador na vivência e na espera... abraços com ternura, Jorge
Jorge, um apaixonamento coletivo, teus versos perpassam as veias da paixão feminina. Beijos
Tânia, a poesia é o meu alento.
Abraços com carinho, Jorge
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