domingo, 8 de maio de 2011

POESIAS: ASAS DO A-DIVERSIDADE

                           ENTRE O AGORA E O ONTEM, SÓ SAUDADE...
                                                                Jorge Bichuetti

Estrelas, flores, passarinhos...
A Lua e os muitos luares...
Canções de amor, cantigas de ninar...
Uma vida rodopiando no vento
entre risos, poesias e fagulhas
do desejo primito e sensual
que ata os corpos e clareia
a vida com paisagens, miragens,
um mundo de paz e fantasia
onde o riacho beija o mar
e permanece a docilidade e
o cristalino êxtase da paixão,
perdida lágrima no despenhadeiro
das nossa já sepultadas ilusões...

Ontem, fomos o desamor, louco e triste,
um amor longe das faíscas do prazer...

Agora, somos... a distância, letárgica
lembrança das cinzas que machucam,
mas evaporam no calor do vivido,
fricção entre o sonho e o que se perdeu,
por não ter sido um recanto, algo mais...


                                                      HAIKAIS DO PRAZER
                                                                               Jorge Bichuetti

oh! paradisíaca
viagem, ondas e neblinas,
sonhos da maré

no vai e vem, suave
dos nossos corpos ardentes:
êxtase, paixão...


                     A ETERNIDADE DO INSTANTE
                                                                  Jorge Bichuetti

o tempo baila 
nos minutos 
do silêncio
da vida enviesada
nas esquinas do medo...

o tempo flui
e nem passa 
na cantoria
da rotina esquecida
nos becos da boêmia...

o tempo surfa
ligeiro
na infinitude
do acolhimento
de u'a vida sem lamento...


                                       LACUNAS DO TREM
                                                          Jorge Bichuetti

lacônico
vil e avesso
trem
não parte
nem chega
e só assobia
feito ave
embalsamada
nos escaninhos
da estação.
assombração!...
amor de perdição!...

um trem
irá, um dia,
seguir,
caçando os amores
perdidos...


                          FANTASIA
                                                 Jorge Bichuetti

M'ia  coroa é
de palha;
meu trono,
um tamborete...
Minha lei, uma farsa.
Meu reinado
é trunfo
nas cinzas
de um carnaval...


3 comentários:

Concha Rousia disse...

Permite, querido Jorge, que ler-te é uma festa !!! e eu te celebro, te celebro, te celebro... e saio daqui cantando... e abraçando o ar das tuas utopia, Concha

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, minhas utopias me sustentam, dão-me vida e ousadia, alegria e paz: um horizonte azul no meio da tempestade. Abraços com carinho, Jorge

Tânia Marques disse...

A tua poesia é pele, é cheiro, é visão, é barulho, é doce! Poeta, trazes para todos nós o encantamento do mundo de uma forma tão singela que me ponho a sonhar, a imaginar, um dia no porvir! Beijos