Adilson S Silva
Por vezes giros insanos
A deixar tonta, desorientada
Em busca do viver
A música do instigante
A tontear o passo.
Em outros um passear
Calmo e refletivo
Num andar pensativo
O silêncio a aconchegar
Alma e coração.
A junção de música
E silêncio em um
Viver intenso e apaixonado
Traz à tona momentos
De prazer amadurecido.
(A Raul Seixas e a quem o cante...)
Eu sou filha do Outono
de um outono sem maios
nem abriles no ventre
para me parirem flor...
Não, não não...
no meu tem setembro
tempo de fazer o vinho
e embebedar sentires
no meu tem outubro
de folhas que voam
de regresso à Terra
no meu tem novembro
de castanhas e lume
de honrar os defuntos
meus vivos ausentes...
Sou filha do meu tempo
Nunca serei flor de maio
serei só folha que muda de cor
que encanta os melancólicos
e diverte as crianças...
Folha a voar sem rumo
livre qual errante passarinho
que aprende a voar...
sem reparar onde se ir pousar
folha de ignorar seu destino
Não procures em mim
a cor da flor que não sou
o tato da flor que nunca serei
mesmo que as flores eu nutra
eu sou abrigo para o chão
sou alimento para a terra
sou folha
sou metamorfose
sempre ambulante...
DO BLOG: republicadarousia.blogspot.com
4 comentários:
Meu querido amigo, como e bom poder ser metamorfose e olhar para trás e reconhecer os próprios passos, e olhar para trás e ver que os amigos queridos também repararam em nossos passos, assim és tu... voz, asas, força... para vozes caladas, abraços com carinho, ternura e gratidão... Concha
Concha, Foucault pediu, certa vez, que não exigisse que ele fosse sempre o mesmo: mutar, inovar-se e reinventar-se é caminhar com os sonhos que como as nuvens se movem, bailarinos do infinitude na infinitude das possibilidades do ser e do devir.
Abraços com carinho, Jorge
..ah, como eu entendo isso, tenho por aí outra de minhas frases:
'Não me lembres ontem, nem eu sou já essa mulher, nem esse dia exite mais'
E eu vivo para honrar meus pensamentos... rs, Tenho muita memória do coletivo, do que foi, do que ainda vai ser... mas não dedico tempo a retem meu ontem... até porque ele, meu ontem, não precisa de mim para mais nada... eu lembro do ontem que ainda tem que chegar ao futuro, e passa por meu hoje (talvez nao deu para entender...) Abraços de ternura, Concha
Concha, sempre com frases que nos levam aos universos da vida onde o tempo é conjugado pela força dos sonhos e pela magia da poesia.
Abraços com carinho, Jorge
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