CORROSÃO
Terezinha Hueb de Menezes
Uma vida não se faz no espaço:
o tempo, o tempo arranca
os atos.
O tempo
extrai a matéria bruta
da existência
para limá-la na serra agreste.
O tempo,
o tempo extirpa as entranhas
da alma
para sulcá-las
na forma/fôrma do dia-a-dia.
O tempo
morde os dedos calados da procura,
ceifa as garras mordidas da espera,
suga os dentes perdidos da conquista.
Onde o os pés do tempo fincados no útero da vida?
É preciso roer os pés do tempo
e deixar que ele rodopie - doido - no espaço,
perdido em si mesmo,
calado em seu próprio silêncio,
morto em sua morte mesma,
até o fim dos séculos,
na eternidade de cada segundo.
DO LIVRO: A POESIA EM UBERABA: DO MODERNISMO À VANGUARDA / GUIDO BILHARINHO
segunda-feira, 9 de maio de 2011
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