Manhã acolhedora. As nuvens mesclam-se com os primeiros raios do sol...Choverá!... A terra sibila sua ânsia: quer inundar-se e na água, arquitetar as novas florescências... As rosas me receberam... como se o melhor denunciasse uma incontida alegria: não sabia, as peguei no pulo... são singelas e ternas... em respeito, não direi que um pouco curiosas... Direi as senti cúmplices do que não sabiam, ciosas por conhecer...Os álamos me ensinam muito, dizem: que humildade e simplicidade não são equivalentes do tamanho, que deveríamos desejar voar e brilhar entre o luar e as estrelas... "Gente é feita pra brilhar"...
No limoeiro, notei que ele é no meu quintal o grande expoente da velha guarda: festeiro, sente no ar... o brilho da cachaça e cheira como se, também, quisesse sambar...
Ontem, a Universidade Popular conjugou sabedorias e vivências: dos tambores de crioula a lições do Tibet... E a presença do Dr Guerra com sua experiência secular sobre a criança e seus problemas(?)... Disse sereno, mas, forte: que não é verdade que existe problema de aprendizagem... não sabemos ensinar os que aprendem fora do contexto das nossa obtusas cartilhas... Fiquei feliz: pelo que aprendi e pelo reencontro com o mestre que tanto amo...
Numa horinha de descuido, ouvi o Prof Renato Muniz afirmar que a escola não ensina a ser feliz...
A garotada dançou... eu sonhei...
Na madrugada, numa profunda harmonia, a Luinha, já esperta e sem quizilas, me acompanhou... nos minutos que passei: eu, a mãe natureza e a poesia da imensidão...
Acho que Luinha se curou na audácia de desejar ser feliz...
Estive coma casa cheia: Sosa, Tambores de Crioula, um amigo... diálogos, prosa... o prosear das geraes...
Queria como trabalhador do cuidado, que revolucionássemos o cuidado com o prosear do sertão e do cerrado: coisas de Minas...
Pensa, um grupo de terapia com café, broa, pão-de-queijo... catira... candombe do Cipó... Rosa entre MIl Tons... Não há doença que não se converta num desejo de viver quando o viver contém a amizade proseada na ternura do festejo dos nossos ancestrais...
A Lua me tira a ansiedade; dá paz...
A aurora me vitaliza; expulsa os demônios da depressão...
E o Rosa me faz gente... gente de carne sonhos, ossos e bravura... alegria e humanidade...
Ouso penetrar num reino onde sou um reles estrangeiro... Há no corpo-vida das Geraes o milagre da cura que eclode no devir ternura e no devir amizade... Quebra a solidão amarga e ácida... e nos dá intimidade com a vida... e com o que pode um corpo...
Podemos rosear...
2 comentários:
AMOR EM FLOR
São milhões de flores
Que nos carregam em vida
Que nos sustentam em morte
Que nos aquecem em prisão
Amortecem as dores
Acalmam os autores
Amenizam as febres
Adormecem os temores
Plantamos flores no jardim
Deixamos cores de botequim
Cuidamos das dores em Pequim
Sonhamos com amores sem fim
Mas a vida confia
Que a flor do dia
Com toda teimosia
Amanhece na ventania
Sumaia, amanhã já tenho meu poema guia... assim, azulamos a vida. abs ternos, jorge
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