segunda-feira, 2 de abril de 2012

REFLEXÕES DO LUAR NUMA CARTA - ODE À AMIZADE...

                                   Jorge Bichuetti

Amigos,
a ausência de postagens, durante minha permanência em Aracaju, esteve marcada pela debilidade das minhas condições físicas... Nada grave. A alergia e as dores  articulares, se viram acompanhadas de insuficiência respiratória e de uma intensa astenia, devido a uma gripe... Como também houve um outro fator: a intensidade dos trabalhos...
Não há nada preocupante no horizonte... que azul me revela na minha fragilidade que não podemos viver e caminhar, longe da força insurgente da esperança que é utopia, vida parideira de sonhos...
Nem sobrevivemos se não pudéssemos contar com a sustentação que chega do carinho e vitalidade que por excesso de bondade nos agraciam os amigos...
Quanto o ar me faltava... via no olhar de cada amigo faíscas do luar... havia mar... no carinho e aconchego.
Assim, meu corpo arredio pelas obstruções pulmonares ao ar, viu me alma oxigenada no vento que nascia bailarino do coração dos amigos.
No último dia, deitado, escutei um piano tocando na pele da minha alma... Ouvi canções que me anunciava para além da noite escuro o clarão da aurora...
O vivido me leva, agora, afirmar, que fascina caminhar e lutar para que superemos o nosso mundo cinzento e possamos produzir juntos um novo mundo, um mundo pautado no compasso da ética da amizade.
Este mundo de mais-valia é um mundo de desvalia e vida minguante... desconhece o que pode a ternura e a compaixão...
Lá fora, muitos sofrem... Lágrimas ácidas corroem o coração da nossa gente.
Um outro chora...
Mas, não há outro... Somos muitos, contudo somos, acima de tudo, uma humanidade...
Precisamos liberar nossa humanidade...
Urge que acolhamos e cuidemos da humanidade...
Faz-se necessário que reinventemos nossas relações, subsumindo num nós todos nossos eus e tus, todos os meus e teus num nosso... sem negar as singularidades, potenciando para tanto o direito à diferença...
Um outro mundo é possível e necessário...
Por ele, vejo minhas dores anestesiadas, e somente enxergo num delírio amoroso a vida florida na poética da inclusão social, nos voos da cidadania e na arte da solidariedade... O luar brilha no coração da vida rebelde e insurgente que teima e crê no alvorecer...
Podemos enternecer nossos vínculos...
Podemos acolher e cuidar, incluir e amar...
podemos sonhar... caminhar e lutar...
Lá fora, uma lágrima nos espera... É a lágrima dos oprimidos e excluídos... Lágrima da vida.
A vida é o sonho do horizonte azul... Sonho passarinheiro...
A ternura pode onde hoje a exclusão aniquila...
A solidariedade pode onde hoje a exploração e opressão mortifica...
Tomemos o céu de assalto...
Façamo-lo aqui e agora, com todos e para todos...
Vivamos a potência do tempo do amor...
Assim, a dor, nossa e do outro, será, tão-somente uma triste recordação no museu da história...

2 comentários:

Mila Pires disse...

Querido...bom ter noticias tuas, ja estava preocupada com o teu silêncio...
Fique bem...! Estou aqui...
Beijos...com carinho...Mila.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Mila, minha querida e terna amiga, a saúde voou e me deixou nos braços da meditação... Caminho; logo, estarei bem. Meu abraço e gratidão, jorge