domingo, 1 de maio de 2011

DIÁRIO DE BORDO: SONHOS E LUTAS DO CAMINHO

                                                   Jorge Bichuetti

Novamente, os sinos acordaram amais cedo, os pássaros cantaram... e nós, dormimos. A roseira cheia de flor conta coma alegria a noite de casa cheia, sonhos juvenis, velhas poesias... Os álamos descobriram que não são tão altos quanto alto voa as utopias. A Luinha não sabe se persiste no sono matinal ou se os singelosa ruídos anuncciam que a festa continua...
E a luta continua?...
Ah! já  faz um tempo que não conversamos de política. Falamos de amor e poesia, vida e filosofia... E a política?... Que faremos?... Deixaremos o rio correr sem perguntar pra onde?...
A juventude na rua voltou a ennfrentar as forças da repressão como se aquela terrível interminável noite da nossa história não houvesse passado... Foi-se a ditadura; mas ainda não exterminamos o fascismo.
No Congresso, se vota nosso destino; e nós na sala de jantar, acostumados... a viver e morrer.
Será que não percebemos que somos nós que estamos com o nosso silêncio e omissão aprovando a revisão do código florestal e com esta revisão assinando o assassinato de nossas matas, nossas árvores, nossa vida...
Na lentidão da covardia fica na gaveta do Congresso a Comissão da Verdade, a lei contra a homofobia, o plano nacional de direitos humanos... tudo quieto, pronto para ser pelas elites esquecidos.
... Mas, meu irmão, nós abandomamos a palavra, a luta, a nossa indignação insurgente velando pelo alvorecer da liberdade... pela justiça social... pelos sonhos dos oprimidos.
Estamos em casa, guardados por Deus,  e cá entre nós nem contamos o vil metal; estamos vegetativos.
A estrela da esperança festeja nossa apatia dando louvores a dinastia do mensalão... E nós nem dizemos que a estrela é do povo e que povo está cansado de corrupção; não dizemos que povo chora e se angustia ao ver as nuvens da malandragem tingindo de cinzas o vermelho da sua bela estrela que foi no céu encantada como anúncio de um novo dia.
Ah! como eu queria começar o dia suave , inalando somente o poético perfume das rosas do meu jardim!
A ternura é revolucionária, mas podemos calar... A luta continua...
Se os partidos estão apodrecidos no labirinto kafkaniano da burocracia, apostemos na cidadania...
É necessário dialogar, questionar, intervir...
Na ausência das flores e dos frutos urge resgatar o sentido da semente...


4 comentários:

José Caui disse...

Jorge, uma poesia de Maiakovisk para lembrarmos o 1° de maio que simboliza a força de trabalho que move o mundo, e é ainda desprezada, comercializada, escravizada. E também dia de nascimento de Eurípedes Barsanulfo, o nosso professor sacramentano. Abraços

Jose Caui disse...

Eis o poema

Meu Maio

A todos
Que saíram às ruas
De corpo-máquina cansado,
A todos
Que imploram feriado
Às costas que a terra extenua –
Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
Derrete a neve com sol gaio.
Sou operário –
Este é o meu maio!
Sou camponês - Este é o meu mês.
Sou ferro –
Eis o maio que eu quero!
Sou terra –
O maio é minha era!

Vladimir Maiakovski

Jose Caui disse...

Eis o poema

Meu Maio

A todos
Que saíram às ruas
De corpo-máquina cansado,
A todos
Que imploram feriado
Às costas que a terra extenua –
Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
Derrete a neve com sol gaio.
Sou operário –
Este é o meu maio!
Sou camponês - Este é o meu mês.
Sou ferro –
Eis o maio que eu quero!
Sou terra –
O maio é minha era!

Vladimir Maiakovski

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Cauí, ótima lembrança, um primeiro de maio cheio de sonhos, com resistência e insurgência na ternura de professor singelo e vivo como Barsanulfo; Abraços com carinho, Jorge