domingo, 15 de maio de 2011

POESIA: ASAS DA MUNDANEIDADE...

( Escrita Automática )

                              EU ME RECORDO...
                                                Jorge Bichuetti

Tão pequeno era o mundo
contado nos dedos da m'ia mão;
e, hoje, no longinqüo tempo que passou,
o sinto universos que voam distantes,
ainda que vivos estejam nos cantos do meu coração...

O primeiro beijo nos esconderijos de um milharal,
o primeiro verso na lágrima do amor nascente e já
temido na inocência da criança que não sabia nada
sobre a voracidade da paixão e dos desejos fugazes...

A vida era pintada no lusco-fusco das miragens
que nasciam das fantasias, nuvens perigrinas
que passavam e rapidamente se metamorfoseavam:
já ali a vida era um imenso manacial de volúpia e
inovação;
já existia os redemoinhos do destino e as assombrações
do desejo,
faceiro moleque travesso, cheio de comtemplação...
.
Só, hoje, já velho, percebo quão real era
a vida fotografada com a neblina na paisagem
da minha fértil imaginação...
Coisas de menino;
travessuras do destino...


                                   ONDE NASCEM AS FLORES?
                                                                      Jorge Bichuetti

Há flores no jardim, no quintal...
Outras há que se ocultam,
nascem invisíveis e crescem,
multiplicam e procriam,
perfumam e brilham, dão e se dão
vida ternura magia bruxaria cósmicas
poesias de amor fé verdejante fascinação...

Há flores que nascem no solo orvalhado do coração...













                                    PROFANO
                                                  Jorge Bichuetti

Cachaça samba becos escuros com velas na esquina
corações ardentes corpos desnudos no picadeiro e
vadiagens alucinadas na sarjeta no rio poluído das
imagens sacras dos desejos pagãos... Um jazz
num abraço o arrepio; no cio uma oração...

Deuses no vento andarilhos entre estrelas
no céu uma fogueira grafitagem na imensidão;
na rua uma romaria de sensual devoção
na praça um corpo caído com o vinho da comunhão...

Ah! como profana é a minha sagrada religião;
Oh! como são sacros meus desvarios de loucura e paixão...

Demência que vai e vem, perseguida pelas novas inquisições;
inocência condenada pelo o mundo que não vê os sorissos de Deus...


















                            MUNDANEIDADE
                                                     Jorge Bichuetti

entre flores e sabiás
um pardal vadia no varal...

entre versos e cantorias
o amor acontece e passa
nas entrelinhas de um sarau...

a lua abençoa as estrelas
espiam e copiam:
há bacantes siderais...

2 comentários:

Denilson disse...

Amei seu blog, parabéns pelas poesias, pela sensiblidade!
Gostaria que me honrasse com sua visita ao meu, afinal, utopia combina com devaneio!
http://divaedevaneios.blogspot.com/
Um grande abraço!

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

DENILSON, JÁ ESTIVE LÁ: AMEI, E VOLTAREI MAIS TARDE COM CALMA: UM RECANTO DE POESIAS QUE VOAM NO INFINITO DAS PAIXÕES E DA TERNURA. ABRAÇOS COM CARINHO, JORGE