sábado, 14 de maio de 2011

POESIA: NA ESQUINA, HÁ UMA FLOR...

                                    ENTRE PEDRAS, UMA FLOR...
                                                                   Jorge Bichuetti

uma flor entre pedras
rompendo o paredão
e emergindo nova luz
no beco da escuridão

uma flor entre pedras
trincando o concreto
e perfumando co'magia
os cantos escuros da Terra

uma flor entre pedras
é a força da terra:
o cio da humanidade
nu'a guerrilheira poesia...


                                LUA
                                         Jorge Bichuetti

Menina Lua: entenda,
os dias de riso passam,
como as lágrimas passarão;
já nossa doce cumplicidade
não voa co'a ventania
e só aumenta
nos tristes dias
de solitária escuridão...


                          LÁGRIMAS DA HISTÓRIA
                                                        Jorge Bichuetti

No escuro, escuto a poesia
silenciosa do vazio louco
da vida indigente nos becos,
vielas da fome e da solidão...

Longe, dos ruídos, há um canto,
eco melancólico da África-Mãe,
que viu seus filhos acorrentados
num barco partindo sem volta...

Ali, na encosta de um morro, eu
recolho os retalhos de um velho
cocar, indígena vitimado e
na carne ferido, u'a alma
pranteando o fim da liberdade...

Nos becos, chora a história:
índios negros escravos loucos
matas flores aves répteis...
povos maltratados e, agora,
novamente vemos suas lágrimas
no corpo caído na sarjeta, lixo,
u'a alma esquecida e crucificada:
no povo da rua , o calvário se repete
e os nossos mártires e vítimas,
ali, ajoelhados , resistem num lamento,
n'ua prece: ave, liberdade... justiça e paz;
para a vida já não dá... tanta agonia,
nem ela mais suporta os gemidos,
os gemidos dos que sofrem
e os gemidos da covardia...



 14 DE MAIO: HOJE , ÀS 13 HS - ENCONTRO DA UNIVERSIDADE POPULAR JUVENAL ARDUINI... 
                           PARTICIPE.. DIVULGUE... LHE ESPERAMOS...
             RUA CAPITÃO DOMINGOS, 1079. ABADIA, UBERABA, MG.

 EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO NO CAMINHO DA LIBERTAÇÃO: SOLIDARIEDADE, UTOPIA E NOVOS DEVIRES...

                      VIDA, ALEGRIA E CAMINHADA NO HORIZONTE DA PARTILHA

16 comentários:

Concha Rousia disse...

Sei como é a tua capacidade de sentir, de ver, de reconhecer a dor... esse sentir é tão imenso que chega também a este lado, onde eu o sinto. Há uma forma gramatical que usas que me fascina esse 'u'a' Deixa que te conte que na Galiza usamos as formas umha, e ua para uma... E como sempre há algum verso meu que renasce ao te ler:
Haicai da esperança...

A margarida
retém a cor do sol
a noite passa

Concha Rousia

Aqui também aconteceu a caida dos blogs, e se perderam comentários... mas eles ficam no ler que os leu, abraços de carinho a crescer no quintal.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

CONCHA, TEUS POEMAS E SEUS KAIKAIS SINTETIZAM A VIDA PULSANTE QUE SE QUER LIBERDADE NA INTENSIDADE DA TERNURA AMOROSA. eN gALIZA NO SE HABLA EL ESPAÑOL: HAY UNA LENGUAJE MENOR... QUE BELLO! ABRAÇOS COM CARINHO E TERNURA, JORGE

Concha Rousia disse...

Meu querido Jorge, na Galiza fala-se galego, que é a mesma língua que internacionalmente se conhece como português, o galego mudou o nome ao criar-se o Condado Portucalense (Portugale= Porto dos galegos) A nossa língua, é grande e forte, porém na terra que a viu nascer anda meio doente... essa é fonte de grade padecimento para nós... Deixo um poema meu, para te transmitir o sentimento... Envio com um ienso abraço de carinho e ternura.

Língua minha, perdoa
Língua minha
extensa carícia do Universo
alongado eco que banha os continentes
e nós... a renegar dela

Língua minha
grande
amiga
independente
esquece este terrunho que te ignora
logo de te ter parido
a ti renuncia
Que caste de mãe es tu...
...Galiza
que o mais valioso
o mais eterno
teu filho
teu idioma
aborreces
chamando-o estrangeiro

A minha língua é emigrante como eu
foi polo mundo
medrou
apanhou sotaques
como eu
E a ti Terra...
...Galiza
eu pergunto
novamente pergunto
que caste de mãe es
que porque medra tu filho
tu o rejeitas
Língua minha
ergue o teu berro
eu darei-te a minha voz
para que fales
para que sussurres ao ouvido
para que grites...
até que a Galiza te reconheça

Concha Rousia

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, voc^}e é um anjo transplanetário: vida-ternura, alguém que de longe me ajuda a ser mais do que sou...
Abraços galegos e tupiniquins...Com a ternura cosmopolíta.. . Jorge

Concha Rousia disse...

Adorei como ficou a tua palavra 'voc^}e' ai acima... rss tu colocaste nela as asinhas do anjo que mencionaste... Vim te trazer um abraço de terra e essa ternura cosmopolita... Olha isto aqui, as conversas, também são parte também desta universidade virtual, pois se aprende tanto aqui, feliz de aprender contigo... Abraços de carinho, sempre, Concha

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, lemos ontem tuas poesias... e queria lhe pedir que se possível me enviasse a que sumiu no dia do apagão. É a que saiu no Recanto...
Não conseguiriamos manter a Universidade se não fosse as ideias, os estímulos, a força-terra-vida que de longe se faz perto, dentro do coração. Publico amanhã sobre a língua: belíssimo. Estou caçando ilustração... Um dia de alegria, paz e muita vida pulsante. Abraços com ternura, Jorge

Concha Rousia disse...

Jorge, meu querido amigo e camarada na palavra que liberta... eu agradeço isso, sabes... aqui levamos muitos anos, toda a vida, e muitas vidas, tratando de fazer visível a nossa realidade, nós um povo que de pacifico não consegue erguer a voz, e então, é importante qualquer eco que leve a nossa voz pelos mundos, tenho escrito, junto com outros colegas poetas do Clube dos Poetas Vivos da Galiza, uma carta da Galiza ao Brasil, vou ver se edito no meu blog, gostaria que a conhecesses... e agora qui vai o poema que a rede quis fazer esquecer, rs... acho que era esta:

Galiza, Março de 2009

O primeiro de Março
o deserto chegara
às nossas almas
desoladas...
ante a devastação
começamos já
a erguer dentro de nós
um exército de árvores.
Concha Rousia
Abraço com carinho desde este lado do mar, Concha

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, que maravilha: vejo-a entre montanhas, verdes horizontes, acendendo a fogueira dos versos onde fagulham a magia dos sonhos... Podíamos escrever algo sobre o Clube, como nas entrevbistas quer faço. Que pensa? eu adoraria.
Abraços com carinho, Jorge

Concha Rousia disse...

podemos escrever sim, o clube tem um manifesto, poderias publicar se quiseres... eu acho que podes gostar do nosso manifesto, e dá para entender quem somos e o que andamos a fazer... beijos, eu vou editar o manifesto no meu blog, depois a gente fala, abraços meu camarada poeta, e nao só, Concha

Concha Rousia disse...

publiquei o nosso manifesto no meu blog... abraços e ternura para o teu dia, Concha

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, Que ótimo: guardei o poema sobre a língua para isto: coloco o manifesto, o poema e fotos: ficará lindo. Abraços, abraços muitos... Jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, atarde eu monto para as postagens de amanhã. Amarei . Abraços com carinho, Jorge

Concha Rousia disse...

...eu tb gostava de enviarte a 'Carta da Galiza ao Brasil' essa é uma carta que fez parte de uma exposiçao poética no Instituto Federal de Santa Catarina e daí foi nascendo o que hoje é o Instituto Cultural Brasil Galiza, entre o Clube dos Poetas Vivos e a Sociedade dos Poetas Advogados de Santa Catarina. Bom, eu gostaria de te enviar essa carta, vou tentar, ok, para tu teres, e dispores dela... Abraços com carinho e raios de sol alto aqui (é meio-dia) amanha é o dia das letras galegas, seria para mim uma enorme satisfaçao e motivo de festa se publicasses isto sobre nós amanhã... 17 de Maio...

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, se ficar mais fá cil mande-me para meu email:
utopiaativa@netsite.com.br
Assim, ficará ótimo com muita coisa de Galiza. Maravilha. Abraços com ternura, Jorge

Concha Rousia disse...

coloquei em meu blog... se preferires envio pelo e-mail... depois, abraços ternos daqui... Concha

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, eu pego lá; adoro ir: sinto que lá é um recanto mágico.
abraços com carinho, Jorge