domingo, 18 de dezembro de 2011

DIÁRIO DE BORDO: DE PÉ, PELOS SONHOS... PELA CAMINHADA DE TERNURA E PAZ NOS SONHOS DE LIBERTAÇÃO...

                                Jorge Bichuetti

Domingo, céu nublado... Todos acordados: a bola rola e a alegria do gol alucina o nosso povo, com alegria e entusiasmo... O quintal todo molhado pela chuva generosa da noite... cheira vida e festa... Luinha gosta da alegria do gol, mas se aborrece com todo esporte no marasmo da espera... Ela é o instante... Nós conseguimos antecipar as alegrias... Se adoemos, antecipando as preocupações e problemas, nos fortalecemos na capacidade viver a alegria da espera...
Ontem, estive fora de casa... Era dia de posse da executiva da Central dos Movimentos Populares... Lá, a emoção dos sonhos e as lágrimas que refletem o horizonte azul e o céu estrelado... Na homenagem que CMP fez ao companheiro João Ribeiro... um guerreiro humilde e perseverante, terno e destemido...
A vida precisa ser impregnada de sentidos... Ela, em si mesma, é vento sem direção...
Muitas ve\zes, sofremos... Reclamos do vazio, do tédio e da solidão... Nem percebemos que a vida não é dada; ela é continuamente reinventada, e ao reinventá-la lhe damos um sentido...
A vida coletivizada numa caminhada de solidariedade e ternura, compaixão e partilha... transforma a nossa existência... Passamos a viver, longe da solidão; porque reinventamos uma vida povoada pelo outro e pelo horizonte azul da utopia...
No final do ano, costumamos a ficar com um espírito aberto às festividades... Tudo é festa...
Embora, sejamos um povo festivo... carecemos ainda de aprender a ser feliz com... a ser feliz na alegria do outro...
A ver o mundo, e permitir que o nosso coração sofra com a dor do próximo, e indignado lute um mundo de inclusão e justiça social...
Quando vivemos para o querer do nosso umbigo, nunca nos sentimos felizes... O ego traiçoeiro, nunca se satisfaz... pois é da sua natureza e da natureza do capitalismo que se crie uma nova necessidade... uma nova falta... Já na vida de coletividade, a alegria é produzida e vida caminha entre sonhos, com alegrias e tristezas partilhadas... a cruz fica mais leve; a alegria mais duradoura...
Nunca me esqueço da afirmação de Mons Juvenal Arduini: o sangue da humanidade é sangue nosso...
Os movimentos sociais vicejam quando coletivizam as existências e se encantam com o horizonte azul dos sonhos coletivos, que sempre nos pede novos passos...
É vida no caminho, é vida que se faz caminho...
Uma vida-caminho é uma vida que pulsa e brilha contagiando e impregnando de sentidos as vidas que a rodeia...
A tirania que assassinou já 5000 irmãos na Síria não é um problema alheio ao nosso coração... Afetamos e somos afetados por tudo que ocorre...
Lutar pela paz e por direitos humanos é criar um mundo de tranquilidade e segurança para todos, inclusive, para nós...
Só a ética da vida assumida no cotidiano, num luta destemida e persistente, barra a violência...
Quase sempre, só lembramos das lutas por amor e paz, quando somos atingidos pelas tragédias da violência galopante no mundo atual... mas ai nosso corpo não consegue devir-se guerreiro e altivo... e nos tornamos vulneráveis... na omissão construímos um corpo covarde e medroso...
A paz que se inventa na luta diária contrói corpos éticos e altivos...
Assim, podemos enfrentar o mundo acordando o guerreiro que habita o nosso coração...
Senão, só resta o silêncio...


2 comentários:

CLARA disse...

vida não é dada; ela é continuamente reinventada, e ao reinventá-la lhe damos um sentido...
è este sentido nas minha vida atraves de seu trabalho que eu consegui e so tenho a lhe agradecer
saudades de suas palavras
com carinho
clara

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Clara, su amizade me enriquece a alma... e percebo-a sempre cheia de sonhos... que as estrelas e o luar lhe sejam sempre cia e vida; abs ternos, jorge