Não escuto meus passarinhos... Voaram e longe, cirandam... na alegria de mediar as angústias que escutam no chão com as pulsações da esperança que tecem o novo e o devir nas entranhas do horizonte azul...
A roseira, cheia de si, expõe, seus belos cachos... Perfuma, alegre espera que os tambores da liberdade celebrem a ternura e a compaixão, numa roda de samba que derrube os muros entre as dores do hoje e as alegrias do amanhã...
Viver não é consumir, nem se consumir, hipnotizado pelas ilusões que quadriculam o presente... Viver é inventar um novo riso, u'a nova lágrima... um novo sonho, novas paixões... Ir adiante... seguir grávidos da grande aurora...
O ontem passou... o presente vibra e baila nas nossas mãos... e o futuro, devagarzinho ou num salto, aproxima-se e nos chama para viver, alvorecendo a cada minuto...
Perdemos muito tempo com o que não passa de fogo fátuo; ilusões do mercado e desenganos dos nossos próprios corações...
Viver é parir a felicidade nas pequenas e singelas alegrias...
Viver é parir a felicidade na resistência insurgente que vê, para além do céu nublado, o sol e o luar...
Viver é caminhar, florindo o caminho e sendo fecundado pelas flores do caminho...
A angústia, o tédio e a depressão são gritos da vida que se deseja andarilha, caminhante, alada...
Além do abismo, mora a vida remoçada, os nossos eus não-paridos... a mudança...
Viver é fugir da apatia e colorir o caminho...
Viver é escapulir da acomodação e germinar no coração do tempo... um novo tempo, um novo canto, encantos e magias... a poesia do amor...
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