segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

POESIA: DEPOIS DO SILÊNCIO, UM CANTO...

                O CANTO NO NINHO...
                             Jorge Bichuetti

No silêncio, o infinito
na gota de sangue e na
lágrima contida 
entre o espanto do medo
e a interminável espera 
do sono
com seus sonhos azuis... 
e seu canto
guerreiro, voo no ninho, fecundação
do orvalho e das cores 
que tecem nas manhãs
o brilho singelo e terno do renascimento...


Voltei... Se trago mi'as asas partidas,
se carrego o pús 
das feridas não cicatrizadas,
se não posso voar 
e ir brincar com as estrelas,
posso cantar... 
o canto do ninho, cálido e terno,
magia da ternura 
do luar no amor da vida
que nos aquece e aconchega 
no carinho do céu azul 
que desce, nas travessuaras da Lua,
e na poesia tímida dos deuses 
que nos acalantam
com bolhas de sabão e os rudes sedimentos
do caminho que eles mantém 
entre os dedos,
onde brilha na mão de um menino, 
um horizonte azul...


                          UTOPIA ATIVA
                                Jorge Bichuetti 

Muitos me perguntam...
Eu mesmo já inúmeras vezes me indaguei...
O que é uma utopia ativa?
Sonho?... Fé e resistência?... Ato guerreiro?...
Não o sei... a filosofia é um corpo com tantas dobras
que eu nuca a desnuda... um véu sobre outro véu;
entre nuvens e estrelas que ora, faíscam e ora, se apagam...


Mas, já não pergunto. Me contento com o meu achado de menino:
a utopia ativa é a flor que nasce no coração da gente,
sem que lográssemos ver a semente; e é o caminho,
a poesia, a compaixão... que nos leva a sentir a ferida do outro,
buscando infignados que nossa lágrima reflita um céu estrelado....

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