Por mais que certa seja nossa morte, temos um tempo: anos, meses, dias, ou, ainda, somente, o minuto presente...
Passamos... Porém, nossa passagem se dá mediante um caminho, a vida que vamos levando...
Vivemos, muitas vezes, autonomante... Robóticos, repetimos a mesmice, alienados das questões que angustiam a machucam o nosso tempo... e alienados, igualmente, dos nossos desejos e sonhos...
O ego acabou sendo u'a gruta onde nos acomodamos, evitando as possibilidades de reinvenção da vida...
Submissos, nem sonhamos... Absorvemos as miragens da mídia e passamos a projetar na aquisição destes bens a nossa felicidade...
Somos normóticos: a normalidade, mediocridade institucionalizada( Lineu Miziara)
A vida é genuinamente um projeto inacabado...
Nós a tecemos, a sustentamos no status quo ou a transformamos, produzindo novas relações, caminhos e sonhos...
O que esperamos da vida?...
Muitos tão só desejam egoisticamente suprir-se de bens e troféus...
Outros, miram a vida e sentem que ela é um clamor da imensidão que se almeja vida nova, remoçada na alegria de ser... amor e paz, solidariedade e partilha, sustentabilidade ecológica e inclusão social, ternura e amizade, justiça e paz...
Cuidar de si é potencializar nossa capacidade de ser feliz; de agir, transformando; de passar, fecundando um novo tempo de suavidade e delicadeza...
A infelicidade e a injustiça desconecta a potência criativa e inovadora da vida... atingindo, assim, a todos... que nos vemos inundados de tédio, angústia, depressão e falta de sentido.
O outro e mãe natureza nos agenciam, potencializando bons encontros e paixões alegres... Vitaliza, energiza, compõe... dá potência...
A felicidade, obsessão generalizado... não mora nem no nosso ego hipertrofiado, nem no outro idealizado... a felicidade floresce no entre... é devir, canto da aurora... cumplicidade e engajamento que nos rompe a nossa própria armadura e libera a nossa pele... Sensibilidade profunda que afeta e é afetada...
No entre, o que esperamos transcende o que mundo codifica como o reino do possível...
No entre, germina as alegrias impensáveis e os sonhos não-ousados... O novo radical...
A alegria singela da flor...
O canto dos passarinhos...
A força guerreira das cachoeiras...
A ternura das flores e frutos silvestres...
Não como um bem que adquirimos no mercado, mas como um caminho de vida e produção de sentido que nos singularizam, libertando-nos para amar, lutar, servir, bailar, brilhar,sonhar: viver com intensidade...
Enfim, o que queremos da vida?... Não esperemos muito para optar e seguir, lutando... amanhã é um novo tempo... e nem sempre sabemos o quanto de tempo possuímos para viver e escrever nossa poesia de amor à vida...
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