Jorge Bichuetti
Na chuva, eu, passarinho
sem ninho e de asas rotas...
Ali, eu e o infinito entre
o frio congelante e a arca,
barco da salvação que já
não escuta a agonia dos que
perambulam pelos trilhos
dos sonhos da vida alegre,
agora, vasta inundação...
No dilúvio da desrazão,
a chuva turva-se nas lágrimas
que jorram do meu coração...
Eu, homem-menino, espero
mãos - braços e abraços...
Afogo-me na correnteza
onde folhas secas e velhos guardados
aprisionam a vida no tempo da solidão...
ONDE ANDARÁ O SOL?...
Jorge Bichuetti
Abraçado na Lua, entre nuvens,
o vento me toca, a chuva me dilui...
Encharcado, nunca sei... se a água
caiu do céu... ou se minou no meu coração?...
Tão-somente, pio... saudoso dos voos
e dos meus cálidos e ternos ninhos, eu.
então, agonizo, sonhando co'a beleza e
as cores que no esplendor do arco-íris,
saúda a chegada do sol, vendo na orgia
das matas o desejo de mais um dia e na
algazarra das crianças o sol na pele da vida...
a chuva fecunda
o chão que floresce lépido:
rosas nas janelas;
sonhos na capela...
é a vida, cantoria
no eco das paixões...
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