quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

POESIA: ENTRE NUVENS, ESTRELAS BAILAM A CANÇÃO O PORVIR...

               VENDAVAIS HUMANOS
                               Jorge Bichuetti

Chove, Nuvens nublam meu olhar;
lágrimas lastimam mi'a alma. E eu,
ferido e cansado, miro o azul anil
que brilha no horizonte dos meus sonhos
e descubro estrelas infiltradas no tempo
e nas entranhas do meu corpo, centelhas
vivas e alegres, que bailam e cantam na
ciranda do destino, magia da ternura no
permanente luar... onde o amor cala palavras e atitudes,
fazendo o chão florir... rosas, girassóis, margaridas...
um coro de passarinhos, a melodia do vento, a
vida é um voo sobre os abismos dos vendavais humanos...


    A VALSA DAS ESTRELAS
                                             Jorge Bichuetti

Por que chorar com o sangue
que jorra nos espinheirais do mundo?
No infinito, estrelas bailam a valsa do porvir...
E no orvalho das manhãs passarinheiras, 
a primavera chegará, florida e bela,
pisoteando os relógios e os calendários,
instalando-se na aurora o amanhã....


Neste dia, o mar engolirá as folhas secas;
e, também, dançará a valsa da ternura no 
compasso da compaixão... entre flores miúdas
e estrelas humanas que num salto
mergulharão no oceano, na festa da vida
remoçada e reinventada na suavidade
das cigarras e borboletas que livres,
nunca se sentiram seduzidas pelo visgo do poder,
nem se encantaram com o fogo-fátuo das ilusões...


Os que mirarem o céu verão:
os deuses adormecidos e sonhando...


Os que buscarem o cais o verá:
no sossego de u'a roda-de-samba...
entre o canto da Mangueira e os trinados dos anjos
roseando u'a Ave, Maria...


u'a rosa vermelha
germina no infinito:
tempo de sonhar...


u'a rosa vermelha
torna-se estrela viva:
sonho da ternura


no céu que é chão...


                         jorge Bichuetti

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