Dia Claro... Os pássaros cantaram e louvaram a alegria do existir, do existir andarilho. Eles vem e vão... Deixam saudade, trazem ternura... Andei pelo quintal entre a serenidade da aurora e minha petulância egóica de pensar que era um desastre o blog estar fora do ar... Nas nuvens... O servidor não se deixa conectar; também, com este nome, era previsível resistência e greve. Greve digital... Meu Deus! Eu não sou patrão, sou socialista libertário, menino de flores, sonhos e passarinhos... Ah! E uma e outra lágrima no meio de uma multidão de sorrisos. Conversei com a Lua, quis ser solidária, mas não se engana a um amigo; e eu sei que ela odeia as máquinas. Ela gosta de vida, vida –gente... vida-mato... vida-terra... vida-verde...
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Amigos, seguiremos com os descompassos da máquina; porém, postaremos, normalmente... Na velocidade dela... e sua operação tartaruga...
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Muitos me crêem totalmente sereno e pacífico: sou escorpião... somente, luto e vigio minhas reações... E, às vezes, paranóico: pensei a pouco se o problema não era uma armação, um meio de me distrair, assim, que quando eu acordasse veria no lugar dos álamos, beijos, roseiras e samambaias... um canteiro de canavial. Tramas do novo código florestal, indigesto e como mais belo se revela a cada luta o o Greempeace...
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Por que toleramos tão mal as pequenas frustrações?... Narcisismo, onipotência... Sim, tudo isso; mas , hoje, com este dia claro, cheio de luminosidade, acrescento: talvez seja porque engolimos calados as grandes frustrações... Suportamos a miséria e a opressão, a exclusão e os microfascismos, as guerras e a violência urbano; a desvalia e a indigência da nossa gente com uma lentidão de bicho-preguiça dos governantes e militantes na criação inventiva de um outro mundo possível... Não dissemos ainda basta!... Precisamos de repensar nossas vidas... Vivemos para que?... Existimos com que finalidade?... Onde mora a nossa humanidade?... quando refletimos descobrimos que a vida se nadifica longe das lutas por viver, transformando e libertando o mundo e a própria vida ... dando-lhe caminhos de dignidade e justiça, inclusão e solidariedade... Queremos ser felizes; e só tardiamente reconhecemos que ninguém é feliz, de fato, num mundo infeliz...
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Como vivem nossos povos indígenas: e os quilombolas?... Como andam as dores e sonhos das nossas favelas?... Quem cura as feridas do povo da rua?... Por que não ouvimos as lágrimas das florestas e o lamento dos riachos e rios?... Na rua, gays, imigrantes, negros e pobres são violados, machucados, estigmatizados e sofrem... Nas casas, mulheres, crianças e velhos escondem seus hematomas... A juventude se droga e a condenamos; mas não vemos convulsiva na amargura de um socius cinzento e sem alegria... A exploração, a opressão e mistificação criaram uma vida asfixiada e asfixiante... A barbárie perambula na lágrima e ferida que sangra, mas não fazemos nada... E dizemos, claramente, que não entendemos porque o nosso mundo é um mundo de depressão, pânico, toxicomania, fibromialgia, dores generalizadas...
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Só a solidariedade e a luta libertária por um novo e outro mundo possível nos darão um sentido, um projeto, um horizonte...
Sem sentido, sem projeto, sem horizonte... vegetamos. Vivemos o interminável velório da nossa própria morte, da nossa morte civil...
8 comentários:
...Ah, como tu és imenso escrevendo, descrevendo, criando... assim é, assim é, e temos que encaixar tantas dessas frustrações, tantas que já sem sabemos quando estamos a engolir uma, ou é nossa própria saliva; e agora sim, encontrei aquele pequeno poema que te tinha dito que queria ir contigo, achei ele, nasceu um dia de tanta frustração que nem esqueci jamais e fui a essa data e vi... aqui o deixo:
Esse dia perdera a eleição no parlamento galego o único partido galego que durante uns anos, justo do partido socialista espanhol, governara, mas a direita não pedo-ou isso e...
Galiza, Março de 2009
O primeiro de Março
o deserto chegara
às nossas almas
desoladas...
ante a devastação
começamos já
a erguer dentro de nós
um exército de árvores.
Concha Rousia poeta da Galiza
Publicado no Recanto das Letras em 19/03/2009
Código do texto: T1494447
Concha, este será meu companheiro do dia: nas derrotas , a vida eclode se depois das lágrimas descobrimos algum eército... Abraços com imensa ternura; Jorge
é ... tive a mesma indignação hoje de manha com o blog fora
... então pensei nos sinais de fumaça e olhei nuvens tentando decifra-las, como o meu menino sabia fazer, dando corpo e formas para os flocos de algodão que as nuvens formavam nesse nosso céu azul...
Respirei a manha, ou vi os passaros
(eu tb moro num grande quintal)
e sai para o trabalho ...o blog espera ...
Abraços fraternos sempre ....para aquecer a sua generosidade ....// Adilson
Querido Adilson, que bom vê-lo falar assim, pois me sinto meio chato ficando bravo com as falhas da máquina.Depois, passa e a vida vence... Nuvens andarilhas num céu sereno. Abraços ternos, Jorge
Jorge querido, também não consegui postar hoje pela manhã somente no seu blog. Tentarei agora novamente.
Concordo plenamente, na verdade vivemos uma morte velada, uma lenta morte civil, pois falta de consciência crítica nas pessoas. O mundo se transformou numa enorme máquina-de-guerra. Temos que mudar e urgentemente. Semear a Terra com novas maneiras de existir, testá-las, buscando sempre o encontro do eu-com-o-outro e com o novo, mas numa perfeita sintonia, como são os movimentos dos corpos em um balett clássico. Beijos
Tânia, pra você confesso; fiquei triste, ansioso e inquieto; nada funcionava e eu comas poesias digitadas e com medo de perdê-las, pois, já estavam com imagens. Fui, respirei e decidi, aceitar a informação: problema técnico, paciência. Visitei seus blogs, postei comentários, fui em sites e tudo normal... Só o blog que nada, isto de 4:30 às 8:00. Um filem de terror que eu amenizei, visitando os amigos.
Quero aprender a mexer com esta máquina...
Abraços com carinho e beijos no seu coração. Jorge
Pode deixar que eu te ensinarei, irás produzir blogs mais maravilhosos ainda! Beijos
Tânia, estava vendo os exercícios: uma verdade. Se não abrimos os canais da vida, ficamos peça da máquina.
Amarei aprender e poder produzir com mais beleza e precisão.
Abraços com carinho, Jorge
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