'Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.'
***
" Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão."
***
"Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço"
CAIO FERNANDO ABREU
13 DE AGOSTO DE 2011 - ENCONTRO MENSAL
UNIVERSIDADE POPULAR JUVENAL ARDUINI
A EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO NOS CAMINHOS DA LIBERTAÇÃO
6 comentários:
Dr. Jorge ver Caio Fernando de Abreu no seu blog é muito bom eu adoro os livros dele ...
com carinho
clara
clara: ele é ótimo... e me alegra vê-la por aqui... Abs ternos, jorge
Jorge: este texto do Cairo é sublime, amei, como esse texto entende a gente... Lembro-me de uma frase de um terapeuta argentino morando nos EUA, de nome Salvador Minuchin, ele dizia: como me vai limitar, ou diminuir, estar casado com outra pessoa, mais bem é tudo o contrario: passo a ter 4 braços, chego mais longe para conseguir apanhar o sal na mesa... É lindo isto aqui, agradece-se a partilha destes tesouros, sempre grata. Abraços com ternura, Concha.
Jorge, eis aqui belos fragmentos da necessidade nossa...
Obrigada pelo post!
Beijos...com carinho...Mila.
CONCHA: AMEI O SAL AO ALCANCE DAS MÃOS... Limite; que amplia... amor - compromisso que liberta... Abs ternos, jorge
Mila: a carência é muitas vezes o pão de cada dia... Abraços com carinho, jorge
Postar um comentário