Jorge Bichuetti
Descamo e entrego ao vento
a pele que antes ardia e via a
vida na sensibilidade dos tormentos...
Pedaços de mim, voam... e os perco;
renovo-me... com as flores que cato
no mesmo vento que transporta as nuvens
da vida passada; hoje, trapos e cinzas
da colheita abandonada...
... Oh! Vento, irmão do destino...
Levas o lixo das penas choradas
e trazes os versos floridos de uma nova alegria...ARIDEZ
Jorge Bichuetti
Árido, desertos no olhar silencioso;
poeira asfixiantes na palavras vazias...
O carinho secou e mumificado não é
as floradas da vida que na ternura era
a vitalidade da terra fértil, verde cio...
Só... no deserto dos deuses... não vejo
no horizonte as cores da aurora, nem
escuto no alvorecer as preces dos sinos...
Nossa vida morreu... e me assusto com
a vida que nasce, agora, no meu choro de menino... AS FOLHAS NO AR
Jorge Bichuetti
No ar, folhas secas onde
borboletas coloridas voavam;
a melancolia verá
no vazio o final...
... Mas, as folhas bailam
sacudindo a saudade;
e, um dia, cansadas cairão
e no chão hão de semear
numa nova primavera
a ruína do adeus
e o abraço de u'a nova chegada...
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