Jorge Bichuetti
Talvez, haja uma palavra,
nunca dita,
inconcebida,
que trisca as línguas
mas não vaza...
Uma palavra que traduzisse
nos susssurrros e uivos do vento
o avesso do adeus
o reverso da paixão
o crepitar dos silêncios
a agonia de uma lágrima
o néctar dos beijos apaixonados
e as orações dos que sem Deus esperam...
Uma só palavra,
uma palavra entre a flor e o passarinho...
uma palavra entre a serpente e o luar...
uma palavra entre o meu intenso amor
e a minha decisão andarilha de ir,
caminhando, passo a passo, à procura
da vida que ainda não nasceu...
ÊXTASE
Jorge Bichuetti
sibilante
cios
néctar
hum zoon
hem
àz
estrelas
nu
ar...
VENDAVAL AGRESTE
Jorge Bichuetti
O relampejar das paixões uivam no luar;
mas, silenciam no orvalho das manhãs...
O chocoalhar do desejo troveja no ar;
mas, adormece na relva verdejante dos
amores ternos, flores silvestres do céu...
... Na ventania agreste, o fogo aceso e
a dança vertiginosa dos ventos cantam;
mas, na primavera só as borboletas e os
passarinhos sinfonizam num voo sideral
a majestade sublime doa amores atemporais...
CHUVISCO
Jorge Bichuetti
chuvisca
faíscas
crepitações
estalam
boca a boca:
- o beijo é orvalho
na relva campestre;
que só floresce no
desejo...
O amor é florada
no agreste...
4 comentários:
Jorge, esses versos são brilhantes como constelações a visitar-me...
Beijos...com carinho...Mila.
Mila: seu carinho é um farol no meu caminho; abs ternos.Saudade.jorge
Maravilhoso! "Uma só palavra,
uma palavra entre a flor e o passarinho...
uma palavra entre a serpente e o luar..."
Uma palavra só, e me veio todo um poema, toda uma poesia.
Carmen: a luz que emerge entre as situações: despertam, afetam, renovam... no entre, somos, nóse o fluxo de vida ali nascido. Carinho e termura; jorge
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