terça-feira, 19 de julho de 2011

DIÁRIO DE BORDO: ONDE MORA A LINHA DO HORIZONTE?...

                                      Jorge Bichuetti

Nuvens... Céu nublado. Um vento cortando a pele, as plantas introspectivas. A Luínha dorme... Miro o infinito e o vejo, igualmente, belo... A alquimia da vida se desnuda nas tormentas, nos vendavais... Depois da chuva, o arco-íris... A escuridão é iluminada pelo sol que sempre volta no quimismo do persistente e terno ato de recomeçar...
Sabedoria da vida; lições do infinito...
Temos sempre dito: o horizonte clama por novos passos; urge ir além da linha do horizonte...
Somos seduzidos na alegria dos dias claros a crer que o horizonte é o ali do azul que circunda o nosso olhar...
O horizonte é o ponto limite enxergado pelos olhos do nosso coração...
O horizonte é a realidade dada pela miopia social que vê a injustiça e a exploração, eternizando-as, como limite... há um além...
São estes os horizontes que somos chamados no clamor da vida, que sangra e chora, a superar...
O céu azul com seu horizonte encantado é a poesia da vida, traduzindo as carências do mundo.
Nosso coração tem fome e sede de amor e ternura, de solidariedade e compaixão, de justiça e paz... Horizontes a serem desbravados, conquistados na luta, no sonho, na ousadia, na aventura errante de se desejar ser e estar além... além do mesquinho individualismo e da cruel opressão que domina os dias, turvando a vida das multidões.
O mundo agoniza: guerra, exploração do homem pelo homem; opressão e exclusão; bullyng; violência generalizada; corrupção; guerra; fome... miséria social e existencial... O mundo tem sede e fome de mudança, se deseja mundo novo de sociabilidadade solidária e caminhos de patilha, liberdade e paz, inclusão social e alegria no cirandar das vidas.
Horizontes que nos convocam: militantes, engajados, comprometidos com a causa da vida e com as lutas de libertação. Um horizonte que anuncia um além: uma nova Terra, um povo por-vir...
Os horizontes da utopia anseiam pela vida nova impregnada de amor e suavidade.
... novos passos... novas lutas...
Já dizia Marx -"os filósofos cuidam de interpretar o mundo; é necessário transformá-lo."
Subcomandante Insurgente Marcos - "Não é preciso conquistar o mundo. Basta fazê-lo novo. Hoje. Nós"

2 comentários:

Mila Pires disse...

Jorge, a linha do horizonte mora ainda na nossa impotente capacidade transformadora de um planeta mais bem cuidado...um ecossistema feliz...com seres verdadeiramente "humanos"...
Há urgência de multiplicar a semente do afeto para vermos florir a seu tempo(a nosso tempo).

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Mila: e no coração que de se desdobra em compaixão e solidariedade, germina o novo. Abraços com carinho, jorge