NESTE SILÊNCIO, CANTA...
Jorge Bichuetti
Neste silêncio, canta
as vozes da infância longinqüa...
Um curió assobia um hino;
nele, a poesia de amor dos carinhos
do meu pai... Minha mãe solfeja
orações e ladainhas, com a sua fé
de ave e ninho... um silêncio terno
que embalava com carícias nossos corações...
O tempo girou os ponteiros
da vida... a vida se nublou
com o peso das cinzas da saudade...
Mas, o silêncio permaneceu intocável...
quando meus olhos choram no vazio
dos adeuses... ele canta e me aninha
nos sonhos onde a melodia do amor
não cala... diante dos muros do tempo,
ela ecoa como se se amores na eternidade,
estivesssem florindo o chão e acordando o vento,
para que a vida continue no silêncio das manhãs
a sua interminável jornada...
SE CALO...
Jorge Bichuetti
Se calo, as palavras
rodopiam no meu olhar;
vejo o mundo e seus descaminhos...
No meu silêncio, então, falam as lágrimas...
Se calo, as palavras
mergulham nos meus sonhos;
desenham poesias e cantigas, um
caminho de silêncio no coração da aurora...
sábado, 14 de janeiro de 2012
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2 comentários:
Amores florescem, silêncios continuam cuidando de nossas palavras não faladas, adoro a tua descoberta dos descaminhos e como nos resgatam os rios de lágrimas, como outrora nos resgaram quando fomos escravos... A humanidade desanda até chegar a alguma aurora, necessitamos acreditar na caminhada, tua poesia dá força no caminho, abraços com carinho. Concha
Concha, a ideia do caminho de luta pela libertação me alimenta com sonhos e ações; nele, eu sinto poesia nas mãos do meu povo. Abraços com carinho, e ternura, jorge
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