Madrugada suave... Orvalho, pássaros... roseira florida; frutas e flores... na relva, o orvalho...
No meu coração?... a alegria de recomeçar, artimanha da esperança ativa; força visceral da imensidão cósmica que no horizonte azul é clamor por novos passos...
Viver com serenidade é o avesso da apatia, da covardia e da acomodação...
A suavidade é busca ativa e guerreira; ternura cultivada nas trincheiras das lutas que afirmam na vida a superação do narcisismo e da onipotência para engendrar o que pode a solidariedade...
A ternura é flor cultivada no jardim dos bons encontros...
A afabilidade é compreensão e tolerância: convívio vitalizado nas tramas da diversidade...
Passividade submissa e servil não é mansuetude; é covardia dissimulada...
O amor é arte guerreira na poesia da compaixão...
Foucault, nas suas derradeiras produções, lega-nos um desafio: reinventar a vida na ética da amizade...
Muitos buscam a paz na omissão... paz tempestuosa que silencia as dores da própria humanidade...
Outros artificialmente a querem como graça... bendição... produto do mercado da panacéia do indidualismo zen... que é refúgio criminoso ante a crueldade e maldade que ceifam vidas indigentes... vidas que esperam na potência da partilha as lutas de libertação...
Aqui, estou... eu e meus pensamentos... Luinha me observa... penso que ela teme que o maquinar dos meus dedos me desumanizem...
Racionalizamos o ódio, o preconceito, a exclusão e o desamor... Ciência maior cuja lucidez só se revela quando a percebemos justificando a evitação do novo, e na evitação do novo, a negação dos direitos humanos, da cidadania plena, da inclusão social e do amor irrestrito....
Cantam os passarinhos...
Cantam a vida... Mas, cantam a vida de todos e vida que se torna vida alada na conjunção com o outro...
somente, coletivizando nosso pensar e agir, saímos da gruta do egoísmo e do altar do orgulho...
Viver é dar e se dar... partilhar... compor... guerrear, negando as forças de destruição e aniquilamento da vida de humanidade...
Somos com... entre... por uma causa que nos permita sonhar no corpo coletivo da própria vida...
O individualismo é o palco trágico onde se retalha a vida do outro... outras singularidades... a potência terna, suave amorosa da nossa humanidade...
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