Jorge Bichuetti
O sol nasceu... entre nuvens que partiam e a passarada que despertava... No quintal, orvalho... o cheiro das rosas... o limoeiro, ávido de frutos... o pé de romã, preguiçoso... Meus álamos, quietos, meditam...
A vida não cansa... não desiste... brinca, não vence nem é derrotada...
Ela, aos meus olhos, fica sempre no limite dos sonhos: ora, onírica, vê o além das coisas; ora, contagia a realidade com as cores do sonho...
Muitos, desprezam os sonhos: metafísica, idealismo, magia transcendental...
Mas, os sonhos persistem... são incubadoras, sementeiras... profecias que atiçam o fogo da luta; acordando os germes da mudança.
Viver é mudar...
Mudamos sempre...
O que ontem era verdade incondicional; hoje, triturado pelo vento do tempo, é cinzas... poeira no caminho, turvando-nos a visão do novo nascido nas entrelinhas da vida onde esta mesclou-se com os sonhos germinativos, que florescem poesia do amanhã.
A razão matemática segmenta a vida... risca o espaço e petrifica as grutas da exclusão...
O sonho alisa caminhos... cria fontes e pontes... gera asas... dá o pulo sobre o abismo...
Viver é antecipar amanhãs, povoando o hoje com o que estaria por-vir...
Ousemos sonhar; ousemos lutar...
Semeemos flores, entre pedras... sonhos, entre espinhos...
Busquemos um tempo de ternura e compaixão...
O solidão é a aridez da terra rachada na ausência das mãos que semeiam flores e sonhos.
Não deixemos o mundo seguir moribundo, agônico...
Cantemos o canto da vida...
Dancemos com os tambores da alegria...
Andemos guiados pelo farol da esperança...
A vida só fenece na escuridão do negativismo, daqueles que fizeram da desistência um estar no mundo, vegetando... numa apatia cinzenta...
Há cores no jardim... cantos nos quintais... estrelas na noite...
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