MEU CORPO INDÍGENA
Jorge Bichuetti
( para, com e devindo Guaranis-Kaiowás...)
Não há poesia na terra negada,
pois, sem seus frutos meu corpo
adormece sem sonhos, morte
que chega no sangue das turbinas
desta usina de luzes de neón
que apaga o brilho das estrelas e o
encantamento das noites de luar...
Índio, corpo-terra, amar verdejante,
não posso, não consigo viver
entre metais, ferrugens e cinzas...
entre tesouros mumificados...
entre o pesadelo e o delírio
de já não ser por não ter
onde pisar meus sonhos de vida nascente
nas floradas germinais do amor
entre meu corpo e o cio da terra
que me e me faz luz no brilho
dos filhos do sol e do luar...
O POVO DA RUA...
Jorge Bichuetti
Minha cruz agora é
bala metralhada no ódio civilizado,
é o fogo no corpo indendiado,
é o asilo, presídio higienizado...
a rua é minha
manjedoura
ladrilhada de sonhos, luares e devires;
nomadismo tupiniquim...
sou corpo-liberdade...
quero amar; não quero o fuzil
que me faz Cristo,
ele e nós,
sem teto, sem templo,
nus no auto da tua crueldade...
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