Jorge Bichuetti
O amor é alimento, sonho, energia e utopia transcendente.
Físico e orgástico, é, também, diáfano e imaterial. Cósmico e terreno, brota do chão e mora nas estrelas.
Platão, no livro O Banquete, o explicava, vinculando à natureza de incompletude do homem: criados colados pela coluna vertebral à nossa alma gêmea, não a conheciamos. Jamais havíamos visto-a. Desejos deste encontro, fomos separados , porém como éramos desconhecidos, imiciou-se um grande e interminável procura. Nesta busca, nos misturamos; hoje, somos, uma metade perdida no meio de outras tantas metades à procura de uma metade que, igualmente, encontra-se perdida numa multidão de medades.
Já aí, no mito platônico, estava o ideal de totalização da vida, através do amor.
Freud situa a paixão nas fronteiras da loucura.
E o desejo e o amor , ele o vê, reproduzindo as fixações edípicas do amor primeiro.
Para Deleuze e Guattari, o desejo é construção-invenção-criação, e estas se dá nos encontros.
Não somos os perversos poliformos da teoria freudiana, nem a sexualidade castrada e rígida da subjetividade capitalista.
Para eles, o inconsciente produtivo, rizomático e maquínico, não possui na sua natureza uma definição prévia. a sexualidade, assim, se conforma no entre dos encontros, e, porisso, temos n sexos.
O que equivale dizer que carregamos um potência de amar ilimitada.
Nosso desejo é flor que brota nos territórios dos encontros.
Livre e libertário sem submissão ao corpo servil, formatado para sentir e afetar-se, tão somente, dentro do império do dominante: o fálico, o heterossexual, o orgástico, o possessivo, o triangular e o competitivo.
O amor reduziu-se a uma mercadoria, no e fora do mercado.
Padronizado, ele se dá no epetáculo e no voyeirismo.
O desejo é mais... É potência... É invenção ternna e suave dos encontros e nos encontros.É prazer... na ternura e na suavidade dos voos amorosos. É cumplicidade, partilha, corresponsabilização.
Não se escraviza às opções sexuais. Multipica as possibilidades de vínculo na esfera dos bons encontros e das paixões alegres.
Assim, opção sexual é caminho, eleição, singularidade; enão, restrição, limitação ou redução.
O amor não conhece limites, nem fronteiras...
O amor herossexual e homossexual podem superar o fálico e édipico, e se construir desejo livre e terno, generoso e libertário.
Inegavelmente, o amor heterossexual tende, por sua condição de dominante e excludente, a reproduzir os padrões de servidão e possessividade, opressão e violência.
A homossexualidade, minoria, lançada à clandestinidade, necessita exorcizar um padrão, igualmente, fálico: tudo na exploração do prazer sexual, seguido de um vazio pela esgotamento oriundo de uma diminuta vivência do carinho e da da ternura, do vínculo e do amor-história que é voo partilhado no infinito.
Não vida longe da liberdade...
Não há prazer duradouro distante do aconchego e acolhimento.
Quem ama cuida...
Toda maneira de amor vale o canto.
E nosso canto é um canto de vida e aurora, de ternura e liberdade...
Os modos de amar são, tão-somente, a tradução da complexidade do desejo que à revelia do instituído sente e pulsa diante do brilho da vida que solfeja nos corpos e corações de todos ...
Uns não suportam a liberdade, nem a força disruptiva do desejo...
Neles, o n sexo não emerge, pois engaiolados, fogem da vida e do prazer que brotam, florescentes e floridos, de uma nova suavidade, onde o desejo ganha asas e surfa no céu de uma nova suavidade.
sábado, 15 de janeiro de 2011
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