CLAMORES DO DESEJO, FLORES DA PAIXÃO
Jorge Bichuetti
Atropelo os sonhos e mergulho
no meu corpo úmido, sedento...
Boca seca. Um arrepio rude,
um desejo vadio e cego,
perdido entre as flores do amor
e as performaces encantadas
do nevoeiro da multidão.
Uma corrente ata meus pés,;
minha asas tremem na escuridão...
O amor que era já não basta,
paranóico, corroeu os voos
da minha louca paixão.
Numa encruzilhada, escuto o vento,
serpenteando no chão.
O horizonte dourado já não canta,
reverbero palavras áridas
num deserto de pó e desilusão.
O desejo é flor no peito
num coração semeado;
uma estrela cadente,
imersa num ventre
que é céu enluarado...
O amor se perdeu,
longe, vive... de mim, exilado.
Louco de paixão, o reduzi
a uma chama... uma centelha
de uma fogueira ardente,
cujo fogo iincendiou a vida,
rápido, voraz, inclemente...
Quando o orvalho da manhã chegou,
estávamos todos, silenciosos,
frios e encinerados.
Um dia, hei de amar,
extraíndo da fogueira
uma colméia de estrelas
que nunca deixem de brilhar...
E, então, alto, no esplendor
terno e cúmplice
de um amor sem fim,
viverei e tecerei um ninho
onde minhas asas, asas da paixão
hão de encontrar
um campo de margaridas,
uma rede de balanço,
uma máquina de sonhar...
PAIXÃO E DEVIR
Jorge Bichuetti
Este rio que escoa pelo meu corpo
e me inuda de desejos e paixões,
me remoça e me enlouquece...
Depois, me cala e entristece,
como se fosse um deserto,
travestido e de alma perversa...
O rio é suave e manso,
suas correntezas, um aventura
graciosa e mortal.
Meu corpo, um chão fértil,
adubado de sonhos,
ávido à espera das sementes do desejo;
porém, uma lavoura que no afã de amar
fertiliza a roseira,
no meio de um espinheiral.
Entre a flor e a erva daninha,
há um verso;
entre a paixão e o devir,
uma magia...
Uma magia da vida
que na sua luta com a morte,
desbravou um novo horizonte,
conjugando, nas carícias,
ternura e revolução...
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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
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