sábado, 22 de janeiro de 2011

SOCIEDADE DE AMIGOS: POESIAS DE FÉ E PAIXÃO, DEVIRES E DEVASSIDÃO.

 
PIPOCAS 
Paulo Cecílio.

Agoniza em público o louco.

Deleitam-se comensais, parasitas,
na penumbra do anonimato.
Seguros com seus  pijamas,
aplaudem... pus.

Apodrece no palco o louco;

 em prateleiras mofadas,
degustam o banquete, abutres:
jorra o louco, urra e brada
 vômito de sangue e vida.

Explode o louco!

 Edifica castelos imaginários,
arco-íris cintilantes,tempestades,
paraísos intangíveis à plateia
semi-morta no silencio
da penumbra ...

FUNERAL DO NAVEGANTE
 Paulo Cecílio
Sonhando,

o Jangadeiro  despede-se
das  ruas brancas do arraial.
Cinco pessoas choram.

Lua alumia as pedras.
Nas caravelas, velas.
Velas, Maria,velas.

Artesão, velejador barroco.
O  mar, agora é de palha,
                                                               da Bahia até Angola.   
                       



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