ECOS VISCERAIS DA MÃE NATUREZA
Jorge Bichuetti
Há um riacho que corre e banha os meus pés cansados...
Há um luar pratendo os meus longos cabelos brancos...
E há um céu estrelado que, ternamente, me abriga
e o seu azul inunda a minha alma... meu olhar e meus sonhos.
No meu coração de amores e saudades, aninhou-se um curió...
E o orvalho suave da manhã
salpica de doçura meus pensamentos
que, então, úmidos e leves, acompanham o pobre pássaro
nos seus aventureiros voos vespertinos...
Sou um filho das matas... Dos arbustos e das folhagens...
E se minha pele enrugada é verde,
este verde vem das folhas caídas
que, no meu ocaso outonal,
desperta, em mim, o perfume
das primaveras primeriras... dos amores germinais...
TERNURA TROVESCA
Jorge Bichuetti
As nuvens vem a chuva
que mansa fecunda o chão;
o céu jamais se turva
ante as velas da paixão.
***
No arco-íris, mora o amor
eos filhos da paixão;
a liberdade é a flor
p'ra os que ali amando estão...
***
Se o vento me levasse
no lar azul do infinito,
convocaria um conclave
onde o rubro fosse o rito.
***
São Paulo, céu da garoa,
de paixões e utopia,
que m'ia alma atordoa
com sua triste alegria...
ASAS DO LUAR
Jorge Bichuetti
Encantado, numa noite mágica,
meu corpo uniu-se ao teu;
e, juntos, voamos longe,
na ternura de um amor sem adeus.
Se nossos pés conhecem
as pedras do caminho;
nosso amor voa distante
e tem, na lua, seu ninho...
no chao, colhemos uma rosa
que partilhamos com o mar,
numa oferenda agradecida
pela benção do amor...e as asas do luar.
DEVIR
Jorge Bichuetti
Como devir
se ele não se revela
nas letras
da sapiência humana?...
Como devir
se ele não se desnuda
nas liturgias
dos templos de pedra
da humana santidade?...
Para se dar ao devir,
urge fugir dos tronos...
e na arte mergulhar...
há de se romper os elos
da nobre sisudez
do homem cinzento, maduro,
e numa ciranda ou festa,
de novo, aprender com a terra
a amar... brincar e sonhar...
o resto é só o silêncio
de se viver no ar...
Borboletear nas floradas
e, em tudo... vagabundear...
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
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5 comentários:
Dr. Jorge um presente para a Lua que é sua amiga e companheira, obrigada pelas palavras.
Melodia Sentimental
Maria Bethânia
Composição: Heitor Villa Lobos e Dora Vasconcelos
acorda, vem ver a lua
que dorme na noite escura
que surge tão bela e branca
derramando doçura
clara chama silente
ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
e correm o espaço profundo
oh, doce amada, desperta
vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
na hora serena e calma
a sombra confia ao vento
o limite da espera
quando dentro da noite
reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
que brilha na noite escura
querida, és linda e meiga
sentir meu amor e sonhar
Minha amiga, eu e a lua ficamos loucos , ouvindo-te à luz do luar... Quero viver s sonhar...
E quero que a vida tenha para mim um valor diferente, que não sej a ouro ou prata, nem palcco ou velas, que seja, simplesmente a candura do olhar... do olhar amigo, que nos fortalece e nos ajuda a caminhar...
abraços com ternura, Jorge
Jore, muito bom o poema Devir...
suave, toca o coração dakeles que acreditam no "sair" do corpo social, e produzir minorias potentes em coletividade.Me encantou e produziu espaços neste meu corpo que muitas vezes se encontra embrutecido pelo édipo e os padroes socias.
um abraço e parabens
guilherme elias
Fico feliz, que tenha gostado, cada vez que penso nos n devires que me soam nessários para que meus voos sejam mais perto das estrelas que me encantam e eu amo tanto.... E, também, como eu gostaria de ser o que os meus queridos amigos pressentem em mim e eu ainda estou longe de conquistar.
Seu carinho me ajuda a viver.Abraços com ternura. Jorge
Fico feliz, que tenha gostado, cada vez que penso nos n devires que me soam nessários para que meus voos sejam mais perto das estrelas que me encantam e eu amo tanto.... E, também, como eu gostaria de ser o que os meus queridos amigos pressentem em mim e eu ainda estou longe de conquistar.
Seu carinho me ajuda a viver.Abraços com ternura. Jorge
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