Jorge Bichuetti
Ecoa, nas montanas azuis das Geraes, um canto: " o medo de amar é o medo ser livre"
Somos livres amando?
Permitmos a liberdade e alteridade do outro, quando estamos apaixonados?
O amor é um campo de lutas e encruzilhadas que desafia o homem na sua aspiração de liberdade...
Geralmente, amamos com a exclusão dos és e com um terrivel receio dos perigos imaginados nos potentes es da vida.
Amamos, com a imponência do eu e no amor, ocultaamos ou evitamos os encantos dos eus...
O amor deveria ser um espaço liso de ruptura com o instituído do capitalismo, pois é expansão de vida , não é uma redução agorafóbica e inibidora das multiplicidades vivas e potentes dos afetos dee ccarinho e ternura, compaixão e solidariedade.
Todavia, o amor , quase sempre, é uma prisão e uma clausura, pois amamos no deserto estéril do induividualismo burguês. Onde a vida tende ao esgotamento, ao esvaziamento e à esterilidade..
O amor que marca a subjetividade capitalística é o amor edípico: simbíotico, dependente, narcísico, de identificações e projeções, e onipotente...
Dai, sob as águas do amor, megulahamo-nos na possessividade, no ciúme, da necessidade controle, nas triangulações e na competitividade.
Amamos, negando a potência de vida do amor... Assim, somos capatazes e servos numa triste e obsessiva escravidão... Tudo em nome do amor... Esquecidos, visceralmente, que o amor é doação, ternura e carinho, cumplicidade e partilha, corresponsabilização...
Consequentemente, transformamos o amor numa auto-flagelação e num mutilamento do outro...
O amor é, essencialmente, um bom encontro e uma paixão alegre. E, portanto, é libertário...
Necessitamos matar, anular, estropear nosso maldito ego, para nos libertar para as potências do amor que , então, fluirá no rio da vida que é sempre movido pelo excesso enão pela falta.
Amar, sem medo ser livre é um ato de quem explora a vida como afirmação da própria vida e o desejo como produção intensa e incessante.
Ama-se, livremente, quem não nega, mas, pelo contrário, explora a vida como rizoma.
Deste modo, o amor florescerá e se iluminará na potência de uma vida libertária...
E nosso doentio medo de perder, desaparecerá, pois , finalmente, aceitaremos que os pássaros e borboletas não abandonam um jardim que se plenifica numa multiplicidade de flores e folhagens, de ar puro e liberdade.
Amaremos, então, simplesmente... Simplesmente, amaremos.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
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3 comentários:
Amar
Carlos Drummond de Andrade
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesmo de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Bjs, samara.
Jorge.
Não que exista uma formula, mas, reflexoes, de como fabricar e produzir linhas de consistencia para "sobreviver" á destruição de um ego, duro, e "complexo".
Pela arte? pela potencia em outras materias de expressão? por um bon encontro de alegria?a raspagem de enucnciados paralisantes e triangulantes?há de se fugir da linguagem...da vaidade...e quando perdemos o chão(egoico), vem nôs um abismo...que tem que se jogar e experimentar...ja dizia não sei quem..viver dói....mais do caos tambem nascem flores? como fazer-las não murcharem tão brevemente pela força estatal dium modo de produção sufocante!!!como dizia cartola, "as rosas murcharão, mais outras nascerão, cigarras sempre cantam, seja ou não verão".....
enfim, perguntas que ressoam dium corpo vibra e vomita.
Abraços.
Guilherme Elias
Queridos, como não se dar , sendo a vida a fecundação do nosso olhar se encontrando com a mirada das estrelas.
O abismo assusta, mas mas medo dá não viver... Vivendo, vamos inventando amores floridos pelo sol da manhã.
Os amo: Jorge
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