segunda-feira, 4 de julho de 2011

OS TAMBORES DE MINAS - O CANDOMBE DA SERRA DO CIPÓ

O Candombe é uma festa em homenagem a Nossa Senhora do Rosário e acontece todo ano no segundo sábado de setembro e vale a pena ir! Na comunidade quilombola do Povo do Açude, distante apenas 3km de Cardeal Mota, eles se reúnem e tocam os tambores ancestrais até o dia raiar e distribuem quitandas, caldos e cachaça aos convidados que, diga-se de passagem, são dos mais diversos, passando pelos próprios comunitários, hipies, malucos, eruditos, acadêmicos, gringos, maurícios e patrícias. (para saber mais, siga o link ao fim da página ou procure por “Candombe na Serra do Cipó MG”). Pra chegar lá é facil. A entrada fica logo atrás da barreira desativada da polícia rodoviária, pouco antes de Cardeal Mota. Qualquer coisa, é só perguntar na cidade que todo mundo indica o caminho.
Pra minha surpresa o clima estava ótimo e fez um calor bruto durante o dia, o que salvou várias caminhadas por trilhas e cachoeiras.
A serra tem dois acessos a partir de BH, um passando por Lagoa Santa e outro um pouco mais longo indo por Sete Lagoas e passando por Baldim. Em ambas o asfalto está bom. A partir do Véu da Noiva está tudo calçado com bloquetes ou asfaltado, passando pela estatua do Juquinha e indo até Conceição do Mato Dentro, onde se encontra o Tabuleiro, uma das 3 maiores cachoeiras do Brasil. 
Fiquei num chalé da ótima pousada do Evandro por R$70 o casal (Bangalôs Cipó ‘31’ 9901-6726 / 8846-4282), mas a Serra tá ficando pop e tem opções pra todos os estilos e bolsos. O único porém é que não tem posto de gasolina, banco, caixa eletrônico e nem aceitam cartão de crédito em lugar nenhum, a não ser em Conceição, uns 50km serra a dentro.
No começo da noite de sábado ainda peguei uma “canja” no restaurante Panela de Pedra de uma roda de viola caipira da melhor qualidade. Tão bom que quase desisti de ir pro Candombe e ficar lá só beirando a roda ao lado do fogão a lenha, tiragostando umas lingüiças com torresmos e tomando umas cachaças. Êta sô, que o trem foi bão dimaisdaconta, uai!
Cheguei na hora do almoço e no sábado à tarde ainda deu tempo de pegar uma cachoeira lá em Serra Morena que, na minha opinião, é uma das melhores da região. Chegando lá tomei um susto. Como havia muitos anos ser ir por ali, ainda tinha na memória o antigo e precário terreno de fazendo no meio do mato onde íamos acampar longe da muvuca do Véu durante os feriados. Hoje acampar é proibido e lá no lugar do velho butiquimercearia, tem um restaurante ladeado por uma pousada pra lá de bacana. Cobram R$ 10 por pessoa pra passar o dia nas cachoeiras, o que continua valendo a pena. Pra entrar na farofa do SESC no Véu da Noiva estão cobrando R$7 a hora de permanência. E na Cachoeira Grande R$ 10 pra passar o dia.
Mesmo acordando tarde no domingo, ainda deu pra fazer uma trilha com cachoeira. Uma das poucas coisas ainda gratuitas, resolvemos subir pela antiga trilha dos escravos que começa uns 100 metros na estrada depois do fim do asfalto e sobe sem refresco contornando a queda do Véu da Noiva e levando a diversos encachoeirados no curso d’água acima da grande queda. Nunca tinha feito este caminho e gostei muito. Dica: no meio da subida tem uma trilha pra direita desviando do caminho principal calçado de pedras, esta trilha leva direto pro topo da cachoeira. Seguindo o caminho principal, ele contorna todo o morro e chega numa estradinha de terra onde pegando à direita se chega ao mesmo curso d’água, só que num ponto bem mais acima. Deste ponto que é bem mais tranqüilo, pode-se depois seguir a trilha no sentido da água até o lugar de encontro do desvio anterior.













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