Jorge Bichuetti
Não choro a vida passada;
o tempo perdido e os adeuses,
a certeza de que esquecemos
a doçura do primeiro beijo e,
assim, a certeza de que o amor já
só estáva no lenço branco,
único relicário da paixão que partiu antes,
antes do apito do trem... foi-se com as
flores que já não perfumavam os nossos encontros...
Não choro a vida perdida,
o tempo ocupado e o fogão
cheio de cinzas, longe das brasas;
não choro a vida evitada no atalho...
Não choro a vida esvaziada,
já com pó no amarelo dos retratos;
nem choro a vida esquivada,
cheia de medo no vaso ressecado das janelas...
Choro... um dilúvio de lágrimas;
a vida que cantou na aurora seus madrigais,
a vida enluarada nas noites escuras e tristes,
a vida cheia de flores e passarinhos
que, diariamente, versava no meio-dia,
a suavidade e a ternura da relva,
da mesma relva onde nossos passos seguiam,
longe, da vida... presos no nada. ALI, O FIM CHEGOU...
Jorge Bichuetti
Não terminamos hoje o nosso eterno amor...
Era um dia qualquer e já nem víamos o céu;
ocupadas, nossa mãos carregam o fardo do
destino... esquecidas, deixaram de ser elo e
afago... ternura e cumplicidade... amor no ar.
Terminamos... quando a vida nos viu andar e
lutar, caminhando juntos, porém, já um e um:
o amor feneceu quando já íamos pela vida de mãos dadas... A FIGUEIRA SECOU
Jorge Bichuetti
A felicidade é cirandeira; roda -
gira entre flores e estrelas, no
luar acende a fogueira e dança
a valsa sapateada da paixão...
Choramos, ombreamos a vida na caminhada;
porém, deixamos de ser um para o outro a luz
que encanta a jornada e semeia sonhos no olhar...
2 comentários:
A felicidade é cirandeira - a vida tamben é uma ciranda que só entra na roda quem esta disposto a viver, sonhar e seguir em frente com seus textos eu aprendo muito o sr. não sabe o tanto.
Com carinho
clara
Clara: abraços com carinho; jorge
Postar um comentário