sábado, 2 de julho de 2011

SOCIEDADE DE AMIGOS: TRISCANDO O PROSEAR POÉTICA DA VIDA

fragmentos: PAPAI VAI PRA SÃO PAULO
                                           Paluo Cecílio


.......................................... ...........................era muito bela aquela água na pedra nos arredores de Brasília: os sonhos que sonhei fizeram dobrar os mortos de meu berço que ainda habitam a memória irregular hostil dando por um instante a sensação de morte derrotada no vigor da juventude

sempre a estética da morte mas porque machuco tanto meu ombro contra este muro de aço se permaneço de pé sou improvável minha existencia não passa de um acaso tremendo agravado pelos homicídios sucessivos a que fui apresentado algozes de capuz sorridentes navegam meu ventre pedindo desculpas  como se em mim houvesse uma gaveta parda contendo papeis secretos que murmuram segredos vitais.............

mas o café de hoje não tinha gosto séculos arrefecem diante do brilho da lembrança das andanças que se fez pelo mundo antigamente o mundo era grande a Europa so no mirador ou na barsa são Paulo

são Paulo quando meu velho partia em epopéia havia uma semana de visitas circunspectas com pequenas encomendas comentários aquilo doía como se fosse o ultimo dia quando o trem descia em Jundiaí um telegrama se lançava pelos fios da mata atlântica vindo jorrar na praça dos correios de Uberaba dando o primeiro sinal de fumaça...................
..................aquela aventura  semeava uma espécie de anistia temporária entre os habitantes da comunidade  que liberava  os guris ate para brincarem no espaço da sala de visitas

lá na capital papai ia ate o hotel ibiá que ficou na minha gaveta parda ate o dia em que já com os sonhos delicadamente demolidos  fui ser engenheiro num canto da barra funda e me dei de frente com aquelas acanhadas sacadinhas sorrindo marotas um sorriso triste com seu centenário concreto cinza e suas inacreditáveis historias embarcadas de esperança e dores daqueles descolados famintos que perambulavam algumas noites na lembrança morta de seu terraço.

a morte tem sua estética mas aquele pequenino hotel diante de mim doutor outrora esquálido sonhador em rua de barro desafiava minha realidade as medidas não fechavam e então tive de enterrar o hotel que eu conhecia largo e preciso relatado pelo sorriso do velho : merda! hora destas devia haver mais de uma gaveta parda para que lacradas pudessem nos conduzir sem tocar uma nas  outras arrancando pedaços......

ainda agora descubro no armário o fogo fátuo que sempre acontecia de aterrorizar os viajantes da velha mogiana eram almas incendiadas que perseguiam viajantes destemidos que se aventuravam longe de suas famílias do seu bairrro do seu alpendre naquele tempo todos os medos eram abatidos na entrada do endereço do meu bairro na rua Jose de Alencar nos poemas Alencarinos que papai declamava com a pele arrepiada mas hoje o café que passei num lugar sem nome me viu tão desapegado que ficou sem gosto...........................................


 fragmentos O QUINTAL DE ARAÇATUBA
                                               Paulo Cecílio

..................o fato é que ali estavam três bebes lindos e a loucura mordendo meu calcanhar..............................

Nossa que conta maluca Zeus faz: o aluguel da casa ia para um desconhecido ele não sabia como era gostosa aquela casa se soubesse ele não me alugava ali estavam meia dúzia de olhinhos lindos me fitando como se fosse um clarck kent como se fosse um super herói e haveria de ser com alegria até que inevitável a casa caia por isso talvez pude engasgar assistindo “a vida é bela"...............................

......................assim enquanto pôde a força nenhum ruído nenhum gemido se ouviu naquele ninho mitológico sem dores resgates inacreditáveis se deram naqueles quintais de barro sendo o cavalo de reis e princezas, fazendo castelos sob a sombra do caramanchão de maracujá caçando chuchus que levávamos coco heróis para a cozinha......................................................................... ..........................

.....................noitinha iamos caçar morcegos gigantes para desespero dos poucos moradores do jardim ICARAÍ  incendiávamos terrenos baldios que se transformavam em batalhas infernais celestiais sob a proteçao dos anjos da magia do amor daquelas crianças inacreditáveis.................................................................. .

preciso dizer: meu cavaleiro mais velho contava quatro aninhos e, imaginem, já conseguiam um trabalho de equipe que destruiu a cabine do do caminhão do vizinho seu pedro vendo a minha situação sorriu por isto existe são pedro na terra: para amar e perdoar os vizinhos malucos......................................................................... ....................................
....................... confesso que a espadinha amarela do diogo rimem!!! as flechas envenenadas do pablo e eu gigante ogro da montanha, tinhamos que nos submeter quando nina levantava o indicador em riste este parecia ser o ápice da carreira desta menina de deus........ 

.........................................mas há o tempo em que o equilíbrio instável sustentado pelo vigor das fibras jovens e da alegria dá sinais de fadiga diante dos punhais da vida e da unha encravada das bolhas nos pés do desamor atávico dos ponteiros adiantados do mau jeito de todo canhoto de esquecer o sol ,...........................................................................

............................Nenhuma dor seria mencionada nenhuma dor me dói, mas a dor que vazou pela peneira de minhas mãos e respingou nos olhos atônitos dos meus filhos esta dor dói, dói tanto ...........
..........que inda agora estou chorando inda que não possa chorar..................................


2 comentários:

Maria Alice disse...

Paulo, sempre Paulo e sua bela escrita. Abração pra você.

Meu carinho Dr. Jorge.
maria alice

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

maria Alice: meu carinho e minha presença de coração. Beijos e abraços ternos, jorge