Jorge Bichuetti
No barco, sigo... navego
mares serenos e agitados;
se me arrepia a pele, meu
coração só vê o azul do
horizonte e a multidão de
peixes que pulam, bailam
saltando ondas, no picadeiro
das aventuras circenses que
revela grandiosidades e nem
conta, que no fundo, há um
paraíso de peixinhos miúdos,
pintados à mão, um a um, na
beleza singular da vida fora
das enciclopédias, da vida
na ternura do húmus germinal
que tece deuses infinitesimais...
AMOR INVENTADO
Jorge Bichuetti
Amores passaram, e, se doídos no ciúme,
foram miragens nos adeuses já esquecidos...
Amores brilharam, e, se a magia era bela,
o tempo os fizeram cinzas, pó nas amareladas
recordações que desencantadas, morreram
sem lágrimas que lhes dessem eternidade...
Ah!!! já os amores inventados na poesia
dos sonhos de felicidade imaculada, voam...
e, ainda hoje, são estrelas nas noites solitárias...
Um comentário:
Primeira Impressão
O poema novo é dos insurgentes.
Surde, subterrâneo
e somente eles o escutam.
Não parece poema, parece
que todos podem escrevê-lo
mas não o escrevem
nem o escreverão nunca.
Não tem cabeça e pé
princípio ou fim definidos
mas não são sem pé nem cabeça.
Tem peito, plexo solar, e dois
dedos de prosa quebrados.
Só vai se poesia, depois.
Quando muitos o terão lido
relido e estabelecido.
Armando Freitas Junior, publicado na Folha de São Paulo de 02/12/2012 caderno Ilustríssima.
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