DEPRESSÃO: AS LINHAS DE VIDA
JORGE BICHUETTI
A depressão é uma realidade do nosso cotidiano. Somos uma sociedade depressiva e a crise depressiva ocorre com uma freqüência maior do que a esperada. Cresce todo dia o número dos que a sofrem...
Igualmente, lidamos mal com ela pois , vivemos sob a ditadura da felicidade e negamos que a vida é paradoxal: dor-alegria, êxitos -frustrações, conquistas valiosas- perdas amargas, esperança-desalento, encanto-desencanto...
Sofremos depressão. Perguntamos, então, o que fazer?
Eis algumas dicas:
1. Não se defina pelo sofrimento, ele, neste momento compõe, mas não é você; e, assim, permaneça explorando o máximo de si mesmo e da vida, desempenhando suas tarefas e seguindo o seu caminho.
Recolha-se ao nada o mínimo possível.
Na falta de energia, respire fundo e cante:” Levanta, sacode a poeira e dá volta por cima”...2. Se não consegue cumprir suas funções de trabalho, nem por isso transforme sua vida numa cinzenta inutilidade. Leia, veja tevê, passeie, converse com os amigos, caminhe, escute música... Faça algo... Caso o corpo, diga não, sapateie com força, cantando: “ Apesar de você, amanhã há de ser...um novo dia. Indo pago pra ver quando sol florescer na maior euforia.”
3. Observe sua vida, seus costumes e busque uma atividade nova, totalmente diversa das que recheiam e entulham seu dia-a-dia.
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5. Reveja seu cotidiano e crie novas linhas de exploração da vida, inclusive reativando os sonhos não-realizados. Sambe: “ Deixa a vida me levar, vida levo eu”... mas sinta a música na pele, não a escute pelos ouvidos...
8. Dedique-se a alguma causa onde os problemas sejam a vida e o outro, fora da solidariedade não existe vida nova. Cante Minha jangada de Dorival ... “ Minha jangada vai sair pro mar, vou...”
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10. No consultório de Jung, havia uma frase: Chamado ou não, Deus está presente.
Não se esqueça que ele é alienação se nele depositamos a solução e nos tornamos passivos, tanto quanto é potência se nele encontramos inspiração para sentirmos parte de um infinito cuja essência é criação e paz, serenidade e renovação.
Ore, não palavras ocas para um Deus surdo, com voz viva e corpo vibrante interprete, alto, bem alto, o poema Humildade de Cora Coralina
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