sábado, 6 de fevereiro de 2010

ONDE MORA A LIBERDADE?...



                                                     ROTINA E EXPONTANEIDADE

                                                                                             Jorge Bichuetti

O dia-a-dia corre e nele nos vemos absorvido por uma rotina repetitiva e insípida.
Todo dia, tudo igual...
Sob controle, passamos o tempo.
Trabalhamos, relacionamos... Enfim, vivemos.
E sobreviventes descobrimos o homem subtraído da sua própria humanidade.
O homem se destaca pela sua capacidade de intervir, criativamente. Ser da história, ele constrói destinos, desbrava horizontes, re-faz o mundo.
O mundo segue... Agora, com a vida globalizada tornou-se um império sem fronteiras.
Diluíram as fronteiras. O espaço se reorganizou e caíram os muros. Porém, hipertrofiaram os mecanismos psicológicos e sociais de vigilância e controle.
Todavia, a violência alastrou-se e a contravenção institucionalizou-se. A corrupção generalizada é a “ética” do novo modo de ser das relações sociais degeneradas.
O preconceito camuflado revitaliza no socius o ideal nazista. E este se evidencia no moderno modo de excluir: a inclusão diferencial.
Existe espaço para todos. Espaço desigual. Possibilidades pré-definidas.
... E, assim, vamos. Seguindo vamos desapercebidos da triste realidade que nos limita. Excluídos, nem percebemos. Vemos o mundo e nos vemos integrados.
Cremos nas regras sociais, embora quando analisamos os limites da nossa rotina diagnosticamos a triste condição do homem: a morte civil.
Os atestados de óbito não assinalam, todavia padecemos de uma gradativa e cruel morte, a morte da nossa potência de cidadão.
O homem precisa, deste modo, ser resgatado. Reabilitado...
Necessitamos re-aprender a viver e conviver criativamente.
Observando a vida, a sociedade de controle, igualmente detectamos o teor revolucionário da expontaneidade.
Ser expontâneo é ser rompendo os limites do controle. É ser na liberdade do resgate do humano.
Perdemos nossa espontaneidade. Somos pré-fabricados pelas expectativas do socius internalizado.
O mundo nos fez prisioneiros e aceitamos a prisão.
Até que um dia, de pânico ou depressão, de tédio ou loucura, descobrimos o valor de ser livre, criativo e pleno.
Isto é, um dia desejamos ser... Ser humano, ainda que para isto tenhamos contra nós o mundo.

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