domingo, 23 de janeiro de 2011

POESIA: AMORES TRANSVERSAIS

                             ROSA
                                 Jorge Bichuetti

Rosa, menina flor,
tua pele macia de cetim;
teu gingado, um bailado
perfumando o ar...
Ventania, carne e paixão;
e o meu corpo enlouquece:
sou o ruflar dos tambores,
um passista na avenida
recolhendo as cinzas
de um passado carnaval...

Rosa, flor do desejo,
nascida no asfalto
e, hoje, uma cinderela
dos meus delírios animais...

Oh! Rosa, minha doce
menina, do céu caída
para devir-se estrela;
sendo, tão somente,
uma linda rosa mulher...

Oh! Rosa, minha deusa
humanizada, pelo amor
que não soube lhe dar;
e, agora, outra rosa,
seca e descolorida,
marca as páginas da história
que os espinhos do meu corpo
só soube retalhar...

Rosa, rosas... me perdoem
o samba atravessado,
eu, o rei das avenidas,
nunca aprendi a amar...


                                   APOLO
                                          Jorge Bichuetti

Belo e forte, um deus...
Cantavas e semeavas,
carpindo a colheita
de um amor sideral...

Longe, ouvi os festejos
de uma orgia febril;
e nos lampejos de Dionísio
quis a paixão fatal.

Agora, choro, sozinho...
Não os tenho, e lamento;
meus amores hoje são
fantasias de um carnaval...


                            ELES
                                  Jorge Bichuetti
                                               ( lendo O Banquete)
O amor os fundiu
e um era o outro
num encontro perfeito
de ternura e paixão...

Unidos pelo dorso,
com  suas colunas atadas;
se amavam, amor rarefeito,
com a triste desilusão
de não saberem dos lábios,
nem de se terem na visão...

Os deuses apiedados
os dividiram e, assim,
iniciou-se a procura
e uam divina devssidão...

As metades se mesclaram,
dando-nos esta confusão:
somos uma metade perdida
no meio de outras metades
à procura de uma metade
que, também, se multiplicou
no amor da multidão...


                             MEU FILHO
                                        Jorge Bichuetti

Ele não precisa ser perfeito,
nem lhe noto as incorreções...
Amo-o, nele encontrando
o anjo que o céu teceu...

Numa bolha de sabão,
ele vê a lua e o mar;
e nos seus olhos eu enxergo
o próprio brilho do luar...

Se ele corre pelos campos,
as flores me parecem ser
meras cópias do belo
que compõe o filho meu...












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JORGE

2 comentários:

PAULO disse...

Jorge, meu amigo, hoje voce acordou inspirado e já produziu quase um livro...mas posto um comentário especial para o poema "ROSA": UMMA OBRA DE ARTE!!!

PAULO.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

paulo, a poesia é vida: semente flor alvorada, um coração que voa e uma mão que dá nos caminhos da imensidão.
Obrigado pelo carinho, jorge