sábado, 2 de julho de 2011

BONS ENCONTROS: A ESQUIZONANÁLISE NA POESIA DA EDUCADORA E FILÓSOFA TÂNIA MARQUES

Poema deleuzeano
                         Tânia Marques
 
Pensamento sem imagem
Anarquia mental
Libertação total
de paradigmas territoriais
Palavras, textos, obras
falando por si só
a estética do nonsense
para dar significado
àquilo que nos amarra
que aprisiona as nossas singularidades
Nasce um poema deleuzeano
longe do lugar-comum
pois a criação
é uma nova possibilidade
de vida não-fascista
sem rótulos
sem marcas
sem estéticas corrompidas
o imprevisível
o intempestivo
surgindo para engendrar
uma beleza que não esteja subjugada ao poder
Milhões de incertezas brotando
Para fazer a diferença das diferenças
Luta filosófica ferrenha
entre palavras e sentidos
Eis um poema deleuzeano...

 
          a estética deleuzeana
                           Tânia Marques

e nascerá...
um sopro de inspiração consciente
uma vida numa antilógica burguesa
uma educação ético-estética que romperá
a primazia do “ter” sobre o “ser”
e seremos mais contemplativos
menos prisioneiros
mais arteiros
feiticeiros das palavras

e crescerão...
mil possibilidades da existência humana
a partir da sensibilidade e da criatividade,
destruindo a lógica capitalista:
excludente, fascista e fatidicamente cruel
perversamente “correta”
discursivamente autoritária
imperativamente linguística

e viverão...
hedonisticamente em comunhão
todos aqueles que lutarem
persistentemente pela libertação
das normas
das regras e das exceções
da sintaxe
das amarras do não-porvir
em nome da precisão

terão eles
teremos nós
o prazer de ler, o desejo de escrever e a vontade de registrar
tão belas, as sensações sentidas
tão caótica, a ordem celestial
tão feroz, a fuga da prisão gramatical

após partir para o infinito,
da vida como matéria
surgirão efeitos delirantes
para reinventar a linguagem
sem paradigmas articulados
sem frases feitas, sem minorias
sem limites sintáticos, sem maiorias
tudo isso, e tanto mais, em nome
de uma nova operação poética:
a estética deleuzeana

 
                                                  Caos poético

           Tânia Marques

Vêm à tona desejos imersos no inconsciente
Falar é um ato explosivo, pois quebra o silêncio
O registro poético vomita a solidão
As palavras deixam marcas violentas no papel
Elas vêm do subjetivo mal-estar nonsense
Imperativo da pós-modernidade
Vida agreste, sentimentos rupestres
Coração bate-rebate aflições
Enganos tortos à meia-noite
Prismas desiguais da mesma verdade
Penso distante daquilo que sentes
Recuso a tua boca
Viajo
tu ficas quieto
Falar é um ato explosivo, pois quebra o silêncio


2 comentários:

Tânia Marques disse...

Querido e amado poeta, muito obrigada pela divulgação dos meus textos. Você é lindo demais!!! beijos doces e eternos de bons sentimentos.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Tânia: amei tê-los com as viagens do Dali - cosmisão, tecitura de amor... Abraços ternos, jorge