sábado, 2 de julho de 2011

POESIA: CAMINHOS DO CERRADO ENTRE O POENTE E O LUAR...

                                         TUAS MÃOS
                                                Jorge Bichuetti

Caído. Poça de sangue, medo...
Nuvens cinzentas nas lascas da minha alma;
um vendaval no silêncio do relógio parado 
nas ruminações inclementes do solidão...

De repente, tudo mudou... Eram as tuas mãos
estendidas e me erguendo pra retomada do destino...
Tuas mãos eram tecidas com petalas de rosas brancas
e tinham na ternura o brilho do infinito numa miríade de estrelas...
Assim, segui... Levantei e andei... Caminhei, sonhei...

E, agora, mirando com esperança o horizonte azul,
já não sei... se acordaste, em mim, o guerreiro ou
se são tuas mãos que caminhamm e carregam os sonhos meus...

Tão-somente, descobri que a vida recomeça nos braços de um anjo;
nas mãos estendidas que o léxico nomeia nodesenho carinhoso
da presença solidário do deus chamado amizade...


                                       CAMINHOS
                                                   Jorge Bichuetti

De pedras e poeira, eram os meus caminhos -
agrestes, ferinos, tempestuosos e de desatinos...

Numa esquina de pedra, vi longe o azul do céu
e na magia da poesia descobri as estrelas e o luar,
com elas, comecei minha sementeira e, agora, meus
caminhos florescem vida, sonhos - flores e passarinhos...

e minhas lágrimas espelham, silenciosas, a estrela da manhã
nos versos das cantigas onde oram no meu coração
uma ciranda encantada de deuses meninos...


                                    MINHA ALEGRIA
                                                    Jorge Bichuetti

Minha alegria anda louca, primaveril...
Ecoa os tambores de Minas e a viola
do cerrado - amplidão marrota e vadia
de árvores com flores e pastagens sensuais;

sinos na capela, sernatas no luar...

Minha alegria floresce na aurora e
molhada de orvalho é ventre, semente,
beijos roubados e amores silvestres...

Depois, a chaminé anuncia o café com broa dos milharais...


                                    SOL POENTE
                                                      Jorge Bichuetti

No por-do-sol, eu me encontro
entre o suor das cavalgadas diárias
e os bailados do amor, odes do luar...

O entarder é a sernidade da passagem
entre o carpir soado do lavrador
e os uivos apaixonados do poeta....

Nele, eu me misturo e sou terra e céu -
relva verdejante e cio, amor de estrela cadente...

2 comentários:

Um pouco de mim Rosi Alves disse...

EU AMO SUAS POESIAS!
Mande pra mim também tá!!! Hoje é o dia de tdos os amigos dizerem Te amo!!!♥ Te
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Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Rosi: te amo, e lhe desejp paz e alegria sem fim; abraços ternos. jorge