Quantos sonhos; quantas lutas!... A vida anda estranha: choro profundo, riso raso. No quintal, rosas brancas me recordam meus caminhos de menino... Na igreja, um altar... Levava flores para Maria... Hoje, luto por Marias e Josés... Na rua, habita permanentemente uma manjedoura; onde nascem ou renascem os oprimidos, os desvalidos, os sem ninguém. Conto pra minha Luínha, causos e histórias, a vida real da minha saudosa Conceição... A Luínha olha pros álamos, altivos, com o olhinho maroto de quem se vangloria: ela conhece Conceição das Alagoas. Silencio... Nem lhe falo mais da minha saudade... Ela não conheceu tanta coisa... Não viu o olhar sábio e vivido do Sr Ilídio, silencioso, como é silencioso a voz que fala das verdades que só o tempo imprime no corpo da gente. Não riu com a Tia Terezinha... riso bom, acolhedor... sabia nos fazer sentir gente, gente do seu coração... Nem ouviu o prosear envolvente dos meus tios, Milton e Zezito... Eu queria que ela pudesse ter escutado as aulas de biologia da vida e da vida da biologia na voz de encantos do Professor José Antônio... O tempo passou; mas ele permanece presente... Quanta saudade!... Bola de gude, papagaios... Gabiroba, manga verde... Nas férias pedirei a Cristina, amiga de todas as horas, que lhe apresente a praça...
A Luínha não conhce uma praça feita pra gente... para encontros, prosas, cantos e o que a vida inspirar no seu louco e criativo intuir...
Agora, preciso voltar ao trabalho... a escrita me espera. Só peso que saiba viver para que o futuro seja também cheios de saudade...
Minhas irmãs são belas... Eu, um cadinho de complicação: misturo num só existir a disciplina férrea de meu terno pai com a vida de andarilha da alegria da minha mãe...
E sigo... Vendo os lírios e a poeira estelar dos mangues; colhendo os frutos do quintal... e semeando os sonhos no agora da vida remoçada que se institui nas guerrilhas da solidariedade.
Asim, vou... carregando o espírito guerreiro do meu povo caiapó... e o lirismo andarilho do meu sangue árabe. Vou... Não esperarei... Caminharei, buscando o sol do alvorecer.
E o sol do alvorecer... é a vida, caminhos e sonhos, da Universidade Popular Juvenal Arduini...
O vento fala e dá saudade... O sol se prepara pra nascer e me dará o chamado do horizonte para mais um passo.
A universidade popular... canta a vida e a inclusão social; move-se na solidariedade e germina na ternura. Se encanta na arte e no amor... é diálogo vivo; e vida do caminho... Caminhar para transformar; caminhar para despertar o coração da ternura que pulsa nas entrenhas da terra.
O blog utopia ativa semeia diariamente o porvir. Trisca nos devires...
Nada está dado... A euforia é paralizante quando nega o que urge ser feito. A violência da exclusão campeia e machuca, danifica , destrói... Nossas matas, os povos indígenas, os quilombolas, o povo da rua... as mulheres e crianças vítimas da violência doméstica... Os jovens esquartejados pela dependência química... O caminho é caminho de indignação, rebeldia e insurgência... Precisamos tecer o novo com as nossas próprias mãos...
Entre a saudade e o sonho, a luta... Na luta, a saudade clama pela Comissão da Verdade... Não podemos permitir que as negociatas de Brasília rabisque as lágrimas da vida que se viu vida torturada, perseguida, desaparecida, assassinada na escuridão da ditadura militar...
Ousemos resistir... Ousemos devir dignidade. Amor em movimento: solidariedade.
Entre a lágrima da saudade e verdejar luminoso dos sonhos, digo: na universidade popular, Madre Maurina, Irmã Franca, Gildo Lacerda, Zé Mata Machado estarão presentes...
Univerdade Popular é também eco no vento e nele se escuta: Direitos humanos, sim; tortura nunca mais...
4 comentários:
Jorge, meu querido irmão;
Sim o tempo passou e passa, ora leve e lampeiro, ora impiedoso... e quando o presentimos assim, notamos que, impiedosas foram as nossas expectativas. Fragmentos tão ternos e diversos de memórias tão vastas e recentes, mostram o quanto foi (e é) rico o viver. A vida, semeando-se a cada dia, a cada etapa, a cada sonho. E, tais sementes florescem no coração do cancieoneiro que não desiste da caminhada, pois, o prêmio é, quase sempre, nada mais que a paz.
Alexandre: teu texto aqui belo e singelo, profundo, fala ao meu coração, direto as emoções vividas na escrita. Obrigado pelo ombro e asas... beijos e abraços aos meus amigos lar da ternura. Jorge
Jorge,
Nem me fala em saudade...é um sentimento muito forte. Saudade de minha mãe, às vezes, não sei lidar com ela, pois ela me tira da calmaria. Irei trabalhar neste sábado. Estarei na escola, mas à tardinha estarei no Facebook. Beijos saudosos e ternos. Beijo grande.Tenho novidades da Universidade para te contar.
Tânia: saudades... vida de encontros e desencontros. E a amizade é um cais... Depois, da Upop-JA estarei no face e nos blogs... Saudades e desejo de conversar, prosear sonho. Abraços jorge
Postar um comentário