sábado, 16 de julho de 2011

DIÁRIO DE BORDO: VASTO MUNDO

                                             Jorge Bichuetti

Os sinos repicam, insistente... No alto, o campanário vê o mundo, vasto... A vida desperta não encontra no chão os sonhos. No chão, só há a vida tecida nos acordes dos encontros e desencontros... A vela acesa e o livro fechado...
Sinto a ausência da Luínha: a fiel companheira vigia a casa... guardiã e leal, cuida... A rua e seus rumores a preocupa... Eu me aventuro e busco as sementes da aurora no orvalho que verdeja meu quintal. Ali, penso na imensidão do universo e no nosso vasto mundo. Dores e esperanças; desesperos e sonhos... caminhos da vida na aventura errante de se desejar, um dia, ver a terra azulada de alegria e ternura nos en-cantos da solidariedade. A paz... nos terreiros e nos jornais.
Quanta dor... quantos conflitos...
Miro meus álamos e altivez que mantém, bailando suavemente com a brisa matianal... Olho com eles o mundo e enxergo o horizonte...
Meu corpo já não reclama dos sinais do tempo...
Pulsa no rítmo do porvir: um novo mundo possível e necessário...
Quero esta coragem... esta audácia. Ousadia nascida da esperança que enamorada da justiça quer procriar um mundo de paz.
Os sonhos são filhos do luar... E a aurora, esplendorosa, é um clamor da vida para que os concretizemos vida realizada no caminho das lutas diárias.
Há muito o que ser feito...
Há muita vida nova para ser parida no caminhar da luta...
Há muitos sonhos que querem ser paridos e eles beliscam a pele da gente, para que a insensibilidade não nos tornem acomodados, apáticos, niilistas, submissos e servis.
A vida sonha... e vendo o vasto  mundo, inspira-se no belo da imensidão e deseja... o alvorecer de um mundo de amor, solidariedade, justiça, inclusão social e paz...
Agora, a tosse, as dores articulares, as erupções na pele, as desilusões da alma... diluiram... fugiram... eu quero acordar.
E de pé, lutar...
Um dia  é uma infinitude de oportunidades de agir, inteervir, resistir, insurgir, rebelar-se...
Podemos acolher uma dor; secar uma lágrima... escutar um lamento; dizer um carinho... tecer um elo de ternura... semear floradas de suavidade e paz...
Podemos combater uma opressão; barrar uma violência...
Podemos cultivar a liberdade... Gritar, protestar,,, ser a voz das florestas; emprestar nosso corpo e nossa alma para as causas libertárias... Podemos...
E no caminho das lutas, acordado e de pé, eu acho que podemos... cantar com os passarinhos e sonhar com o luar...


A VIDA VOA NAS ASAS DA LIBERDADE!...

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