Céu estrelado; luar... Um frio leve daqueles que se aplacam com um abraço. Luínha dorme; é noite alta... Uivos e grunhidos, ao longe, dizem da vida de aventuras e magias da noite. Aqui, o silêncio profundo clama por meditações que iincorporam a penumbra, o perfume das rosas, as estrelas e o luar... Penso na paixão...
A noite é povoada de mistérios; a paixão, de magia...
As criaturas da noite: vampiros, lobos, corujas, morcegos, bruxas, fogueiras... boêmios, poetas, vadios...
A paixão acontece a todo tempo; porém, sem
Igualmente, a pensamos nas cercanias da loucura...
pre a identificamos como uma figura da noite.
De fato, a paixão não é lógica, racional, pragmática... Ela é intempestiva e disruptiva...
Instaura uma crise, um caos..;
Como somos uma humanidade de terno e gravata, cinzenta, não a gerenciamos bem... nos enlouquecemos na paixão.
O que horrorriza a ordem, a vida sistemática, o bom senso...
Paradoxo: inegavelmente, todos reclamam de uma grande paixão que dê brilho e encanto
no nosso aborrecido cotidiano.
Queremos; mas, tememos...
Como vê-la, agora, que já se sabe que o caos é criativo e inventivo, uma ponte-voo das mudanças...
Como vê-la, agora, que o absolutismo do bom senso ruiu e já se vê fecundidade e beleza nos para-sensos...
Aqui, neste silêncio de ressonâncias, memórias e imagens, a vejo como uma analizadora que
desvela a miséria e fragilidade da nossa vida.
A paixão chega avassaladora... e nos encontra servis ou dominadores, quase sempre reativos...
de vida restrita e reducionista, nucleada nos nossos complexos e no nosso funcionamento carente
de sempre pensar, sentir e agir movidos pela falta e com o nosso ego narcísico e onipotente.
E ela é a alegria na intensidade baulando no corda-bamba da incerteza.
Exige coragem de se arriscar...
Ela atrofia se impomos nossa asfixiante simbiose; ela se torna paranóica, possessiva e ciumenta,
se imprimimos as marcas da nossa onipotência...
Ela revela outros super-homens - só pode tê-la os que suportam perder; só usufrui do mergulho
no estar com o outro os que sobrevivem, criativamente, na mansuetude das boias da solidão.
Na paixão, podemos nos reinventar, se audaciosos... ou se medrosos e sisudos, nela nos esconder... vivendo na dubiedade da alegria do ápice... porém, por medo de altura, sempre tentando codificá-la, formatá-la nos escaninhos empoeirados da nossa vida de segurança...
Para vivê-la, temos deixar nossa pele se impregnar com o Poema da Linha Reta
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Não podemos deixar de concluir, que para dar conta do vulcão que é a paixão necessita-se a altivez e a coragem de uma águia, o brilho de uma estrelas e a humildade das violetas... |
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