quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

POESIA: A ALEGRIA TRIBAL

                          ESTE MEU CORPO
                               Jorge Bichuetti

As dores inquietam e enlouquecem,
se não a vemos circunscritas a u'a tíbia linha
que delimita no mapa do infinito as inquietações,
temores, contrações e equações do nosso claudicante corpo...

Minhas dores moram no meu corpo, nublam meus olhos;
mas a vida e os sonhos pulsam no sorriso matinal da aurora
e nas cantigas alegres dos meus anônimos passarinhos...

Meu corpo dói; contudo, a vida canta e baila
na alegria dos sonhos, na poesia das paixões...

Este meu corpo, racional e calculista, não sabe
o que pode... se encantado pela magia da alegria
que vive aninhada nas cirandas das lutas, utopia ativa
do hoje que se desfaz na na caminhada onde o infinito
nas mãos da imensidão tecem um além-do-homem... um porvir azul.


                                      CASA DE SONHOS
                                                    Jorge Bichuetti   

O que pode um corpo?... enrigecer-se na luta,
acomodar-se na rede, desejar entre a culpa e o ressentimento...

Um corpo pode... amar espoliando a vida  
na sua louca carência de ser loucamente amado;
trabalhar robotizado na expectativa de apoderar-se
de riquezas, ouro e prata, adornos inúteis de u'a vida banal...

Mas, um corpo pode devir-se casa de sonhos
e alado de esperança no céu da suavidade ser
a ternura e a compaixão de seguir inventando
flores e riachos, árvores e passarinhos para povoar
os desertos da existência... abrindo clareiras na escuridão...

              

Nenhum comentário: